Portugal Colonial - Feridos e estrangeiros começam a deixar Gaza e seguir para o Egito

Feridos e estrangeiros começam a deixar Gaza e seguir para o Egito
Feridos e estrangeiros começam a deixar Gaza e seguir para o Egito / foto: Mohammed ABED - AFP

Feridos e estrangeiros começam a deixar Gaza e seguir para o Egito

As primeiras ambulâncias com palestinos feridos saíram nesta quarta-feira (1º) de Gaza para transportar dezenas de pacientes até o Egito e centenas de estrangeiros aguardavam para deixar a região, depois que a fronteira foi aberta pela primeira vez desde o início da guerra entre Israel e Hamas.

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Os estrangeiros foram autorizados a entrar no terminal da passagem de Rafah às 7H45 GMT (4H45 de Brasília), depois que as autoridades egípcias anunciaram a abertura excepcional para permitir a entrada de quase 90 feridos e mais de 540 pessoas de vários países pelo único posto de fronteira em Gaza que não é controlado por Israel, no sul do enclave.

Quase duas horas depois, as primeiras ambulâncias com feridos chegaram ao Egito, segundo uma fonte do serviço de fronteira.

"Estamos esgotados. Não conseguimos dormir nem comer", contou à AFP Umm Yusef, um palestino com passaporte egípcio que aguarda em Gaza.

Uma fonte diplomática disse que a saída de estrangeiros foi possível graças a um acordo entre Egito, Israel e o Hamas, com a mediação do Catar, em coordenação com os Estados Unidos.

- "Um terremoto"

A saída de estrangeiros acontece em um momento de intensificação da ofensiva de Israel, que começou depois que o grupo islamista palestino Hamas atacou o território israelense em 7 de outubro e matou 1.400 pessoas, a maioria civis.

Os milicianos do Hamas também tomaram 240 pessoas como reféns, que foram levadas para Gaza, segundo as autoridades israelenses.

Os bombardeios de represália de Israel mataram 8.796 pessoas, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, que governa em Gaza desde 2007.

Na terça-feira à noite, um bombardeio israelense contra o campo de refugiados palestinos de Jabaliya em Gaza deixou pelo menos 47 mortos. O Hamas anunciou que sete reféns, incluindo três estrangeiros, morreram no ataque.

Israel informou que seus caças atacaram "um vasto complexo de túneis subterrâneos" e que o bombardeio matou um comandante do Hamas, identificado como Ibrahim Biari.

O porta-voz do Exército israelense, Jonathan Conricus, disse que Biari foi "fundamental no planejamento e execução" do ataque de 7 de outubro.

O bombardeio contra um assentamento densamente povoado provocou uma grande cratera e a área próxima ficou coberta de poeira.

Uma multidão se reuniu para retirar os blocos de cimento e metais retorcidos e tentar resgatar possíveis sobreviventes.

Correspondentes da AFP relataram que ao menos 47 corpos foram retirados dos escombros e levados para um hospital.

Ragheb Aqal, um morador de 41 anos da localidade, contou que a explosão foi como "um terremoto", que deixou "casas sepultadas sob os escombros e pedaços de corpos espalhados, provocando um grande número de mártires e feridos".

- Turquia e Irã querem evitar escalada -

No norte de Gaza, os tanques israelenses prosseguem com as incursões. O país anunciou nesta quarta-feira que nove soldados morreram durante combates com os milicianos do Hamas no território palestino.

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu prometeu a continuidade da ofensiva "até a vitória", apesar das "perdas dolorosas" nos combates em Gaza.

Netanyahu ignora as pressões internacionais que pedem um cessar-fogo e as agências humanitárias da ONU afirmam que o tempo está acabando para muitos dos 2,4 milhões de habitantes da Faixa, que está sob cerco total desde 9 de outubro, sem acesso a abastecimento de água, alimentos, combustíveis ou remédios.

A Bolívia anunciou na terça-feira que rompeu as relações com Israel como forma de protesto contra os persistentes bombardeios contra Gaza. Colômbia e Chile convocaram seus embaixadores em Tel Aviv para consultas.

Catar, país fundamental nas negociações para a libertação dos reféns do Hamas, advertiu que a intensificação dos bombardeios por "minar a mediação e os esforços para uma desescalada".

A guerra agravou a situação na Cisjordânia e mais de 125 palestinos foram mortos desde 7 de outubro por tiros de soldados israelenses ou de colonos na Cisjordânia, segundo o Ministério da Saúde da Autoridade Palestina, que administra o território ocupado.

A "nova fase" da guerra anunciada por Israel aumenta o temor de uma possível escalada regional.

Os rebeldes huthis do Iêmen reivindicaram um ataque com drones contra Israel na terça-feira e o Exército israelense afirmou que interceptou um míssil lançado a partir da região do Mar Vermelho.

Israel executou ataques na Síria e na fronteira com o Líbano foram registrados confrontos com o grupo Hezbollah.

A Turquia e o Irã anunciaram nesta quarta-feira a proposta de uma conferência internacional para evitar uma escalada regional.

"Não queremos que a tragédia humana de Gaza se transforme em uma guerra que afete os países da região", afirmou o ministro turco das Relações Exteriores, Hakan Fidan.

L.Torres--PC