Portugal Colonial - Apelos para permitir entrada de ajuda humanitária em Gaza se multiplicam

Apelos para permitir entrada de ajuda humanitária em Gaza se multiplicam
Apelos para permitir entrada de ajuda humanitária em Gaza se multiplicam / foto: MOHAMMED ABED - AFP

Apelos para permitir entrada de ajuda humanitária em Gaza se multiplicam

Os apelos para permitir a entrada de ajuda humanitária de emergência na Faixa de Gaza multiplicaram-se neste domingo (29), coincidindo com a intensificação dos bombardeios e das incursões terrestres israelenses, em resposta ao ataque do Hamas há três semanas.

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A ajuda humanitária chega a conta-gotas a este pequeno território palestino, onde as Nações Unidas advertiram que a situação é "cada vez mais desesperadora", gerando o esfacelamento da "ordem pública" após o saque de seus centros.

"Lamento que ao invés de uma pausa humanitária cruelmente necessária (...) Israel tenha intensificado suas operações militares", declarou neste domingo o secretário-geral da ONU, António Guterres.

A situação em Gaza, onde vivem precariamente mais de dois milhões de pessoas em 362 km², é "cada vez mais desesperadora", acrescentou Guterres no Nepal.

"O mundo está sendo testemunha de uma catástrofe humanitária que se desenvolve diante dos nossos próprios olhos", continuou o secretário-geral.

"Mais de dois milhões de pessoas, sem nenhum local seguro para onde ir, estão sendo privadas do essencial para se viver - alimentos, água, abrigo e atenção médica - enquanto são submetidas a um bombardeio incessante", disse.

O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, e o presidente francês, Emmanuel Macron, insistiram na necessidade de um "apoio humanitário urgente em Gaza", destacou o gabinete do primeiro-ministro.

Ambos concordaram em "trabalhar juntos para fazer chegar alimentos, combustível, água e medicamentos a quem mais necessita, e retirar os cidadãos estrangeiros" do enclave, acrescentou.

A guerra entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas se desencadeou após um ataque dos islamistas contra o território israelense em 7 de outubro, que deixou mais de 1.400 mortos, a maioria civis.

Em resposta, o Exército israelense bombardeia sem cessar a Faixa de Gaza. O ministério da Saúde do território, controlado pelo Hamas desde 2007, assegura que mais de 8.000 palestinos morreram até o momento com os bombardeios.

- "A guerra é sempre uma derrota" -

Na Praça de São Pedro, no Vaticano, o papa Francisco repetiu, diante de 20.000 fiéis, seu apelo para o fim dos combates.

"Que se deixe espaço para garantir a ajuda humanitária e que os reféns sejam liberados imediatamente" da Faixa de Gaza, declarou o pontífice argentino.

"Que ninguém renuncie à possibilidade de parar as armas", acrescentou. "Dizemos cessar-fogo. Parem, a guerra é sempre uma derrota, sempre", insistiu.

No 23º dia do conflito, Israel anunciou o aumento do número de soldados presentes em Gaza, assim como a magnitude de suas operações terrestres no território palestino.

Também, neste domingo, o primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre, lamentou a resposta desproporcional do Exército israelense em Gaza e descreveu a situação humanitária como "catastrófica".

"O direito internacional exige que (a reação) deve ser proporcional. Os civis devem ser levados em conta e o direito humanitário é muito claro em relação a isso. Acredito que esse limite foi superado em grande medida", disse à rádio pública NRK.

J.V.Jacinto--PC