Portugal Colonial - Assembleia Geral da ONU aprova resolução que pede 'trégua humanitária imediata' em Gaza

Assembleia Geral da ONU aprova resolução que pede 'trégua humanitária imediata' em Gaza
Assembleia Geral da ONU aprova resolução que pede 'trégua humanitária imediata' em Gaza / foto: Andrea RENAULT - AFP

Assembleia Geral da ONU aprova resolução que pede 'trégua humanitária imediata' em Gaza

A Assembleia Geral da ONU aprovou, nesta sexta-feira (27), com voto contrário dos Estados Unidos, uma resolução não vinculante que pede uma "trégua humanitária imediata e duradoura" e o acesso sem bloqueios de ajuda para levar comida, bens e serviços essenciais à população civil da Faixa de Gaza.

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Enquanto o Hamas saudou a resolução, Israel a qualificou de "infâmia".

"Nós saudamos a resolução da Assembleia Geral da ONU pedindo uma trégua humanitária imediata e pedimos sua implantação imediata a fim de fornecer combustível e ajuda humanitária aos civis", reagiu, por meio de nota, o movimento islamista palestino, no poder na Faixa de Gaza.

O representante israelense nas Nações Unidas, Gilad Erdan, criticou a resolução, dizendo que a ONU "não tem menor legitimidade ou relevância".

"Hoje é um dia que passará para a infâmia. Todos temos testemunhado que a ONU não tem a menor legitimidade ou relevância", disse o diplomata israelense após a aprovação da resolução.

Com 120 votos a favor, 14 contra e 45 abstenções, a Assembleia da ONU aprovou o texto proposto pela Jordânia, após rejeitar uma emenda do Canadá, que pedia a condenação expressa do Hamas pelo ataque de 7 de outubro a Israel, que provocou a morte de mais de 1.400 israelenses, a maioria civis.

Em represália, o Exército israelense bombardeia a Faixa de Gaza sem trégua desde então, sitiando esse território de 2,4 milhões de palestinos. Os bombardeios já causaram mais de 7.000 mortes, segundo as autoridades, a maior parte delas crianças.

A Assembleia Geral da ONU, que reúne os 193 Estados-membros das Nações Unidas, retomou o tema depois que o Conselho de Segurança, dividido, rejeitou quatro resoluções em menos de duas semanas.

O texto, apresentado pela Jordânia em nome do grupo árabe e copatrocinado por quase 50 países, não nomeou nem o Hamas, nem Israel, "pede uma trégua humanitária imediata, duradoura e contínua, que conduza ao fim das hostilidades"; rejeita o deslocamento forçado da população civil palestina, e exige a liberação imediata e incondicional de todos os civis que estão em cativeiro "ilegalmente" e um "tratamento humano" para eles.

O Canadá havia apresentado uma emenda para que a resolução incluísse uma condenação ao movimento palestino Hamas pelos atentados de 7 de outubro e assim facilitar a aprovação dessa resolução que contou com o voto contrário dos Estados Unidos, Israel, Guatemala, Áustria, Croácia, Hungria e Paraguai.

Votaram a favor Rússia, China, Irã, Paquistão, França, Brasil, Colômbia, Chile, El Salvador, Peru, Espanha e Bélgica, enquanto Alemanha, Austrália, Reino Unido, Grécia, Japão, Suécia, Uruguai e Panamá se abstiveram.

A resolução, que diferentemente das que são aprovadas pelo Conselho de Segurança, não tem caráter vinculante, destaca a importância de se evitar uma maior desestabilização e a escalada da violência na região e pede uma solução "justa e duradoura do conflito israelense-palestino" baseada na solução dos dois Estados.

P.Serra--PC