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Líderes da UE discutem 'pausas' humanitárias na Faixa de Gaza
Os governantes dos países da União Europeia (UE) participam nesta quinta-feira e na sexta-feira de um encontro de cúpula, no qual debaterão um apelo para a implementação de corredores humanitários e de "pausas" no conflito entre Israel e o grupo Hamas, em Gaza.
Após o ataque do grupo islamista Hamas em território israelense em 7 de outubro, Israel iniciou uma operação de represália contra a Faixa de Gaza, onde um número elevado de mortes de civis provoca preocupação entre a comunidade internacional.
A UE já divulgou um documento em que expressa apoio explícito ao direito de Israel à autodefesa, mas com respeito ao direito internacional, em particular à proteção dos civis.
Diante da situação dramática em Gaza, os líderes pretendem garantir que os palestinos do enclave recebam ajuda humanitária urgente e negociam um texto de consenso sobre uma interrupção das hostilidades.
A versão mais recente no rascunho das conclusões do encontro de cúpula, ao qual a AFP teve acesso, pede a implementação de "corredores humanitários e pausas", para proteger a população civil.
Uma versão anterior do texto mencionava a necessidade de uma "pausa humanitária" para que a ajuda consiga chegar aos civis palestinos.
Após idas e vindas diplomáticas, a frase do comunicado será definida pelos líderes europeus.
A ONU já defendeu um "cessar-fogo", mas fontes diplomáticas afirmaram que, no atual cenário, a Alemanha apresentou a ideia de mencionar "janelas" humanitárias, no plural.
Um funcionário de alto escalão da UE disse na quarta-feira que "as letras, as vírgulas e o idioma importam, e é assim que os acordos são alcançados".
- Ucrânia na agenda -
A reunião não deve abordar apenas a crise entre Israel e o Hamas, ou a situação humanitária dramática em Gaza.
O encontro também revisará o cenário na Ucrânia, onde os combates prosseguem desde o início da ofensiva da Rússia.
A discussão acontece em um momento, no qual a crise no Congresso dos Estados Unidos provoca dúvidas sobre a sustentabilidade da ajuda militar de Washington a Kiev.
O chefe de Governo da Alemanha, Olaf Scholz, prometeu na terça-feira que o apoio à Ucrânia "não será afetado de forma alguma pelo fato de, desde as horríveis horas da manhã de 7 de outubro, nos concentrarmos em Israel e no Oriente Médio".
Desta maneira, os participantes devem examinar as possibilidades reais de utilizar fundos russos congelados da UE para a reconstrução da Ucrânia.
"É uma discussão muito complexa, por problemas jurídicos. Não é um tema fácil", disse uma fonte diplomática europeia.
O governo da Eslováquia anunciou nesta quinta-feira que interromperá a ajuda militar à Ucrânia.
A Comissão Europeia (Executivo da UE) apresentará em 8 de novembro uma avaliação sobre se o bloco iniciará negociações com a Ucrânia para a eventual adesão.
H.Silva--PC