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Macron propõe a Israel e Autoridade Palestina coalizão internacional contra Hamas
O presidente da França, Emmanuel Macron, propôs, nesta terça-feira (24), ao primeiro-ministro israelense e ao presidente da Autoridade Palestina combater o movimento islamista Hamas com uma coalizão internacional, em uma visita à região, na qual também denunciou "o sofrimento" dos civis em Gaza.
Macron chegou nesta terça-feira a Jerusalém, onde, além de se reunir com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, manteve um encontro com o presidente israelense Isaac Harzog.
Durante a reunião com Netanyahu, propôs que a coalizão internacional criada em 2014 sob liderança dos Estados Unidos para enfrentar o grupo Estado Islâmico na Síria e no Iraque "também possa lutar contra o Hamas".
Além disso, o presidente francês alertou o Irã, que apoia o Hamas, e seus aliados a "não correrem o risco de abrir novas frentes", defendendo uma retomada do "processo político com os palestinos".
Depois, Macron se dirigiu a Ramallah, na Cisjordânia ocupada, onde conversou com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas e garantiu que "nada pode justificar o sofrimento" dos civis em Gaza.
"Uma vida palestina vale o mesmo que uma vida francesa, que vale o mesmo que uma vida israelense", afirmou Macron, o primeiro dirigente ocidental a visitar a sede da organização palestina - que não exerce nenhum poder na Faixa de Gaza - desde o início da guerra.
Os bombardeios causaram pelo menos 50 mortes por hora, indicou na noite desta terça o movimento islamista, que controla a Faixa desde 2007.
Pelo menos 140 pessoas morreram na madrugada de hoje em outros ataques aéreos, de acordo com a mesma fonte. Desde o início da guerra, 5.791 pessoas morreram no território palestino, incluindo 2.360 crianças, segundo o movimento islamista.
- Duas reféns libertadas -
Em sua visita a Jerusalém, Macron ressaltou a urgência de libertar "todos os reféns, sem qualquer distinção".
Ontem, o Hamas libertou as reféns Yocheved Lifshitz, de 85 anos, e Nurit Kuper, de 79, ambas de nacionalidade israelense. Uma americana e sua filha já tinham sido libertadas três dias antes.
Lifschitz disse hoje à imprensa que viveu um "inferno" e foi "agredida", ao ser sequestrada no kibutz Nir Oz. Depois, durante seu cativeiro de mais de duas semanas na Faixa de Gaza, contou que foi "bem tratada".
"Um médico vinha a cada dois ou três dias para ver como estávamos e garantir que tínhamos medicamentos", acrescentou.
Centenas de combatentes do Hamas se infiltraram em Israel a partir de Gaza em 7 de outubro, durante um ataque sem precedentes desde a criação do Estado de Israel em 1948. Mais de 1.400 pessoas morreram, a maioria civis, segundo as autoridades israelenses, que registraram a tomada de 220 reféns, levados para Gaza.
Israel impôs um bloqueio terrestre, marítimo e aéreo à Faixa de Gaza desde que o Hamas, classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, pela União Europeia e por Israel, assumiu o poder em 2007.
- 'Trégua humanitária' -
A ajuda internacional começou a chegar do Egito pela passagem fronteiriça de Rafah, o único ponto de acesso a Gaza que não está sob controle de Israel. No total, cerca de 50 caminhões entraram desde sábado, embora, segundo a ONU, sejam necessários pelo menos 100 por dia.
A ajuda não inclui combustível e, segundo o presidente americano Joe Biden, não chega "rápido o suficiente" a Gaza.
A Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA) advertiu que será obrigada a cessar suas operações em Gaza na noite de quarta-feira por falta de combustível.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, voltou a insistir hoje que é necessário um "cessar-fogo humanitário imediato" e condenou as "claras violações do direito humanitário" na Faixa de Gaza.
Desde 15 de outubro, o Exército israelense tem pedido aos civis do norte da Faixa, onde os bombardeios são mais intensos, que fujam para sul. No total, pelo menos 1,4 milhão de palestinos fugiram de suas casas desde o início da guerra, segundo a ONU.
"Pedimos ao mundo inteiro que intervenha e detenha a guerra. A maioria dos que morrem são crianças", declarou Ibrahim Abu Jazar, abrigado em uma escola de Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
M.Gameiro--PC