Portugal Colonial - Negociações diplomáticas para libertar reféns do Hamas estão em curso

Negociações diplomáticas para libertar reféns do Hamas estão em curso
Negociações diplomáticas para libertar reféns do Hamas estão em curso / foto: Kiran RIDLEY - AFP

Negociações diplomáticas para libertar reféns do Hamas estão em curso

A Turquia anunciou nesta terça-feira (17) negociações em curso com o grupo islamita palestino Hamas para garantir a libertação de quase 200 pessoas sequestradas em Israel e levadas para a Faixa de Gaza, entre as principais iniciativas diplomáticas realizadas sob pressão das famílias dos reféns.

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"Começamos a conversar, em particular, com a ala política do Hamas", declarou o ministro turco das Relações Exteriores, Hakan Fidan, em uma coletiva de imprensa ao lado do chefe da diplomacia do Líbano, Abdallah Bou Habib.

Fidan informou que a Turquia recebeu pedidos de vários países para a libertação de seus cidadãos.

Desde o início da crise, Ancara propôs sua ajuda para mediar a libertação destes reféns capturados na ofensiva inédita do Hamas em 7 de Outubro e que estão agora sob risco de bombardeios frequentes do Exército israelense no enclave palestino.

"Nossos esforços continuam, particularmente para a libertação dos estrangeiros, civis e das crianças", acrescentou o diplomata turco, que na véspera conversou com o chefe do gabinete político do Hamas, Ismail Haniyeh, sobre as pessoas raptadas.

Na semana passada, a Presidência da Turquia anunciou que havia iniciado um diálogo com o Hamas para garantir a libertação dos reféns: muitos israelenses, mas também pessoas de outros países ou com dupla nacionalidade.

Mais de 1.400 pessoas, a maioria civis, foram mortas no ataque inédito do Hamas ao território israelense.

Com a promessa de "aniquilar" o grupo islamita, Israel realiza incessantes bombardeios contra Gaza que já deixaram pelo menos 3.000 mortos, a maioria deles civis.

As famílias das pessoas sequestradas vivem uma angústia constante, visto que o Hamas informou que vários deles morreram e que o Exército israelense afirmou ter encontrado corpos de alguns deles no último sábado, durante ataques na Faixa de Gaza.

A Turquia multiplicou seus esforços com os líderes de países árabes e ocidentais para a libertação dos raptados, que segundo o Exército de Israel são 199, e para o movimento islamita, 250.

O presidente da França, Emmanuel Macron, informou nesta terça-feira que há intensas conversações para libertar os reféns.

"Quero ser muito prudente (...) para não colocar em risco as intensas negociações em curso. Estão avançando e continuamos estas conversas hora a hora", afirmou Macron em uma entrevista coletiva na Albânia.

O presidente francês acrescentou que também está em contato com autoridades israelenses e com "potências amigas que atuam como intermediárias com o Hamas" para garantir a libertação de todos os reféns.

- Apelo aos "líderes mundiais" -

Nesta terça-feira, Keren Shem, mãe da refém franco-israelense Mia, fez um apelo aos "líderes mundiais" para que trabalhem para libertar sua filha.

"Peço aos líderes mundiais que minha filha seja devolvida", assim como os demais reféns, disse, emocionada, em uma entrevista coletiva em Tel Aviv.

Na segunda-feira (16), o Hamas divulgou um vídeo que mostrava Mia Shem deitada e recebendo atendimento médico no braço. Sua mãe, que até aquele momento "não sabia se ela estava viva ou morta", disse que descobriu a filmagem "ao mesmo tempo que o público" e sem ter tido qualquer contato prévio com o governo israelense, que tem sido criticado pela sua resposta à situação dos reféns.

- Fracasso "colossal" -

Desde 7 de outubro, dezenas de israelenses realizam protestos em frente ao Ministério da Defesa, em Tel Aviv, para exigir a libertação dos reféns e pedir a renúncia do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, a quem culpam por um "fiasco".

"Todas essas pessoas (reféns) têm que voltar para casa. O governo fracassou de forma colossal", diz Mona Hanoch, de 58 anos.

"Todos os reféns devem ser libertados em troca de todos os prisioneiros (palestinos) detidos em Israel", afirmou Cindy Cohen, uma mulher de 65 anos que também participa das manifestações.

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L.E.Campos--PC