Portugal Colonial - Câmara baixa dos EUA segue sem presidente após desistência de candidato

Câmara baixa dos EUA segue sem presidente após desistência de candidato

Câmara baixa dos EUA segue sem presidente após desistência de candidato

Negociações intermináveis nos corredores e nos bastidores do Congresso - até agora, em vão. Os republicanos não conseguiram avançar, nesta quinta-feira (12), na busca de um novo presidente da Câmara dos Representantes.

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Um dos candidatos ao cargo, Steve Scalise, anunciou na noite desta quinta-feira a retirada de sua candidatura, enquanto a instituição, paralisada há mais de uma semana, afundava ainda mais na crise.

"Foi uma viagem e tanto, e ainda há muito caminho pela frente. Acabei de comunicar aos meus colegas que vou retirar minha candidatura para presidente designado", disse Scalise quando ficou claro que não conseguiria os 217 votos necessários para ser o novo "speaker" da Câmara baixa.

O Congresso dos Estados Unidos tem duas câmaras: o Senado, onde os democratas do presidente Joe Biden têm a maioria, e a Câmara dos Representantes, controlada pelos republicanos e imersa em um caos sem precedentes.

- Destituição histórica -

O último "speaker" da Câmara, Kevin McCarthy, foi destituído em 3 de outubro devido às disputas entre congressistas republicanos moderados e simpatizantes do ex-presidente Donald Trump.

Esta destituição trouxe à tona as enormes fissuras entre os conservadores americanos, faltando um ano para as eleições presidenciais de 2024.

E afundou a Câmara, supostamente uma das mais poderosas do mundo, em uma paralisia.

Atualmente, a instituição não pode colocar em votação nenhum texto, um incômodo para um país que ainda assume o papel de polícia mundial.

Tampouco pode votar um novo orçamento para o governo federal, apesar de o último expirar dentro de poucas semanas, o que deixa a maior potência econômica mundial novamente em perigo de paralisação administrativa.

- "Voltar para casa" -

Dois candidatos apareciam como favoritos, um da ala moderada do partido e o outro próximo a Trump. Os dois grupos opostos se enfrentaram em uma votação informal na quarta-feira.

Scalise, congressista por Louisiana e líder do grupo republicano, venceu esta votação contra o trumpista Jim Jordan.

Scalise esperava poder submeter à votação sua candidatura imediatamente em sessão plenária no hemiciclo, um passo necessário, mas uma dezena de conservadores garantiu que se oporia a ela por vários motivos: as posições orçamentárias do congressista, o fato de que ele sofre de câncer e um discurso pronunciado há duas décadas em uma convenção sobre um ex-líder do Ku Klux Klan.

"Steve é um homem que tem graves problemas por causa de seu câncer", havia dito mais cedo Donald Trump em uma entrevista, garantindo que seria melhor que Scalise evitasse "o estresse" que o cargo representa.

Resta saber quantas horas, dias ou semanas durará o impasse, no momento em que a confusão reina no Partido Republicano.

"Por que não vamos todos para casa e voltamos a nos reunir na semana que vem?", sugeriu a congressista trumpista Marjorie Taylor Greene na tarde desta quinta-feira.

O Partido Democrata de Joe Biden é minoritário na Câmara e, por isso, observa como espectador as negociações caóticas do outro lado. Mas, em teoria, poderia alcançar uma aliança com os republicanos moderados para pôr fim a esta situação.

E.Borba--PC