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Relações China-EUA são decisivas para 'futuro' da humanidade, diz presidente chinês
A forma como China e Estados Unidos administrarem sua relação será decisiva para "o futuro" da humanidade, declarou o presidente chinês, Xi Jinping, nesta segunda-feira (9), ao receber uma delegação de senadores americanos em Pequim.
"A relação entre China e Estados Unidos é a mais importante do mundo. A forma como China e Estados Unidos se relacionarem entre si frente a um mundo em crise determinará o futuro e o destino da humanidade", disse Xi Jinping, ao receber uma delegação do Senado americano encabeçada pelo líder da maioria no Senado, o democrata Chuck Schumer.
"Já disse muitas vezes, inclusive a vários presidentes, que temos mil razões para melhorar as relações entre a China e os Estados Unidos e nenhuma para arruiná-las", disse o presidente chinês.
"Nossos países, juntos, darão forma a este século", respondeu Schumer. "É por isso que devemos gerir as nossas relações com responsabilidade e respeito", acrescentou o senador democrata, que informou que a reunião durou 80 minutos, o dobro do tempo previsto.
Os senadores americanos foram recebidos de manhã pelo ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, em seu terceiro dia de visita à China.
"Esperamos que esta visita ajude os Estados Unidos a ter um entendimento mais preciso da China, a considerar as relações sino-americanas com mais objetividade e a administrar as diferenças existentes de maneira mais racional", declarou Wang Yi.
A relação bilateral entre as duas maiores economias do planeta está sob tensão por disputas comerciais, pela expansão de Pequim no Mar da China Meridional - uma importante rota de trânsito de mercadorias - e pela questão de Taiwan, uma ilha de governo democrático considerada um território rebelde pelo governo chinês.
- "Alimentam a crise do fentanil" -
Schumer citou como seu "objetivo número um" estabelecer "condições de concorrência justas para empresas e trabalhadores americanos".
O senador afirmou que há outros temas de "grande preocupação" a serem levantados durante a visita, como a crise do fentanil, um potente opioide sintético que pode ser usado como droga e que causou dezenas de milhares de mortes nos Estados Unidos.
Na semana passada, os Estados Unidos anunciaram sanções e acusaram empresas chinesas de fornecerem substâncias a traficantes de drogas, entre eles os cartéis mexicanos de Sinaloa e de Jalisco Nueva Generación, para fabricarem fentanil.
Schumer insistiu nessa questão nesta segunda-feira, afirmando que, entre os objetivos de Washington, está responsabilizar "as empresas com sede na China que fornecem produtos químicos mortais que alimentam a crise do fentanil nos Estados Unidos".
E, acrescentou, "garantir que a China não apoie a guerra imoral da Rússia contra a Ucrânia".
- Ataques "implacáveis" -
O senador democrata também abordou a guerra em curso entre Israel e o movimento islamita palestino Hamas, que lançou, no sábado, uma operação maciça em território israelense, que deixou até o momento mais de 700 mortos e cerca de 100 sequestrados.
Do lado palestino, 560 pessoas morreram nos bombardeios israelenses contra o enclave, em resposta à ofensiva surpresa do grupo islamita, segundo os últimos dados das autoridades locais.
"Exorto o senhor e o povo chinês a se solidarizarem com o povo israelense e a condenarem esses ataques covardes e implacáveis", disse Schumer a Wang, um pedido que reiterou a Xi Jinping.
Schumer expressou sua decepção com uma declaração de domingo do Ministério das Relações Exteriores da China sobre a escalada da violência.
Pequim fez um apelo no domingo a todas as partes para que demonstrem "calma" e pediu "um cessar-fogo", sem condenar explicitamente o ataque palestino.
Após a coletiva de imprensa, Schumer afirmou que a China havia "retificado" a sua declaração inicial.
"Um grupo nosso pediu à China que usasse a sua influência sobre o Irã" e instou Pequim a fazer tudo o possível para evitar que Teerã espalhe a conflagração. "Eles disseram que entregariam a mensagem", destacou.
O senador também se reuniu com o presidente do Comitê Permanente da Assembleia Popular Nacional chinesa, Zhao Leji.
"É normal que duas grandes potências se encontrem em competição", disse Schumer, insistindo em que os Estados Unidos "não buscam conflito".
Apesar das múltiplas diferenças, ambas as potências retomaram nos últimos meses o diálogo de alto nível, com uma série de visitas de funcionários de alto escalão do governo americano a Pequim, incluindo o secretário de Estado, Antony Blinken, em junho.
Também não está descartado um encontro entre o presidente chinês, Xi Jinping, e seu homólogo dos EUA, Joe Biden, na cúpula da Apec, o fórum de cooperação econômica da Ásia-Pacífico, em meados de novembro, em San Francisco.
L.Mesquita--PC