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Extrema direita espanhola anuncia apoio à direita sem estabelecer condições
O partido de extrema direita espanhol Vox anunciou neste domingo (6) que apoiaria, sem estabelecer condições, uma nomeação do líder dos conservadores para que assuma o cargo de presidente de Governo, um cenário pouco provável depois das legislativas de julho.
O líder do direitista Partido Popular (PP), Alberto Núñez Feijóo, que foi o mais votado nas eleições gerais antecipadas em 23 de julho, celebrou de imediato o "avanço" que "reconhece a vitória" de seu partido.
"A proposta que faço é uma proposta de um governo solitário do Partido Popular", afirmou na comunidade autônoma da Galícia, seu local de nascimento.
Até este domingo, o partido de ultradireita Vox exigia entrar no governo como condição para apoiar Núñez Feijóo.
Na sexta-feira, o Vox entrou pela quarta vez em um governo regional, após alcançar um acordo com o PP em Aragão, no nordeste do país.
A extrema direita também governa em coalizão com os conservadores em Castela e Leão, Valência e Extremadura.
A mudança de estratégia ocorre no momento em que o bloco de direita está em ponto morto.
Nas as últimas eleições, o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) de Pedro Sánchez ficou em segundo lugar com 121 cadeiras no Parlamento, atrás das 137 do PP.
Sánchez, no entanto, está em melhor posição para formar o governo do que o seu o rival devido ao jogo de alianças.
O socialista pode aspirar a uma maioria parlamentar graças a vários partidos regionais, principalmente bascos e catalães, embora isto signifique conquistar o apoio do 'Junts per Catalunya', a legenda de Carles Puigdemont, o líder independentista catalão que declarou a fracassada secessão da Catalunha em 2017 antes de partir para o exílio na Bélgica.
O líder do Vox, Santiago Abascal, denunciou no domingo em um comunicado que um governo de Sánchez "constituiria uma grave ameaça à ordem constitucional" e levaria "à possibilidade, inclusive, de Sánchez conceder um referendo de autodeterminação" em troca de apoio.
Abascal anunciou que "os 33 deputados do Vox apoiariam uma maioria constitucional" no Parlamento para "formar um governo que evite tais ameaças", em um claro aceno ao PP.
Núñez Feijóo necessitaria, no entanto, de alguns votos adicionais para ser tomar posse e conseguir governar sem uma coalizão.
Vários partidos pequenos descartaram a possibilidade de dar seu apoio a uma coalizão do PP com Vox e parece pouco provável que um número suficiente mude de opinião.
E um apoio do PSOE ao PP, salvo uma grande mudança, está descartado.
Além das quatro regiões, PP e Vox chegaram a acordos para governar uma dezena de grandes cidades espanholas, entre elas Valladolid e Toledo, no centro do país, e Burgos, no norte.
Os pactos provocaram muitas críticas, em particular da esquerda, já que o PP se alinhou com várias posições polêmicas do Vox.
T.Vitorino--PC