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Uzbequistão vota em eleições presidenciais para fortalecer atual presidente
Os uzbeques foram às urnas neste domingo (9) para eleger um presidente, com o atual mandatário, Shavkat Mirziyoyev, como favorito para conquistar um terceiro mandato no comando do país mais populoso da Ásia Central.
As eleições já foram reconhecidas como válidas pela manhã pela comissão eleitoral desta ex-república soviética, rica em gás e com uma posição estratégica na região.
Segundo a mesma fonte, cerca de 70% dos 19,2 milhões de eleitores haviam votado até as 17h00 locais (09h00 no horário de Brasília).
Mirziyoyev, vencedor com ampla vantagem em 2016 e reeleito confortavelmente em 2021 em um país sem verdadeira oposição, convocou estas eleições presidenciais após o referendo constitucional de 30 de abril, aprovado por mais de 90% dos votos, que autoriza a extensão do mandato presidencial de cinco para sete anos e a possibilidade de se candidatar mais duas vezes.
Essas medidas abrem caminho para que o presidente, de 65 anos, permaneça no poder até 2037.
Este engenheiro agrônomo de formação se apresenta como um reformista que deseja levar o país pelo caminho do desenvolvimento e da abertura.
- Urna em casa -
Poucos duvidam do resultado das eleições: todos os uzbeques entrevistados pela AFP garantiram que votariam no líder atual, que compete com três candidatos quase desconhecidos.
"Espero que Shavkat Mirziyoyev seja o futuro presidente, para que se acelere a luta contra a corrupção, e perceba nossos problemas com o meio ambiente", afirmou Nodira Jidoyatova, empresária de 57 anos, na saída de um colégio eleitoral onde, como nos outros locais de voto, as cabines para votar não possuem cortina e as cédulas são depositadas sem envelope.
Para os eleitores que não podem sair de casa, os funcionários levam urnas a domicílio, observou a AFP.
Nos canais estatais, as imagens mostravam grupos de pessoas indo votar, algumas delas cantando e dançando.
- Cortes de gás e eletricidade -
Apesar dos avanços no país, as dificuldades econômicas persistem, com milhares de trabalhadores migrando, principalmente para a Rússia, em busca de meios de subsistência.
Abduali Nurmatov, de 64 anos, só quer que o presidente resolva "os problemas de gás e eletricidade", após os frequentes cortes de energia do último inverno.
Desde sua chegada ao poder em 2016, após a morte do autoritário Islam Karimov, Mirziyoyev iniciou uma série de reformas econômicas e sociais que, no entanto, não acabaram com os abusos, afirmam ativistas.
As ONGs afirmam que a situação dos direitos humanos está melhor do que na época de Karimov, mas alertam que ainda há muito a ser feito.
"A vitória do presidente em exercício é óbvia", de acordo com o especialista em política uzbeque Farkhod Talipov.
"Os outros candidatos são totalmente desconhecidos e impopulares. Sua candidatura é apenas uma maneira artificial de mostrar uma disputa política que não existe", acrescenta.
A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) constatou uma "campanha discreta, refletindo a ausência de oposição ao presidente em exercício".
P.Mira--PC