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Zelensky afirma que contraofensiva da Ucrânia é 'difícil', mas 'avança'
A contraofensiva do Exército ucraniano é "difícil", mas "avança", afirmou o presidente Volodymyr Zelensky nesta segunda-feira (12), depois que seu governo garantiu que suas tropas haviam recuperado pelo menos sete vilarejos que estavam ocupados pelas forças russas.
"Os combates são difíceis, mas estamos avançando, isso é muito importante", indicou Zelensky em seu discurso diário. "Agradeço nossos rapazes por cada bandeira ucraniana que volta ao seu devido lugar nos vilarejos dos territórios recentemente desocupados", acrescentou.
"As perdas inimigas são exatamente do nível que precisamos", destacou. "O tempo não é favorável - a chuva torna nosso trabalho mais difícil - mas a força de nossos soldados dá bons resultados", assegurou. Pouco antes, o governo ucraniano tinha anunciado que havia retomado, desde o início do fim de semana, sete vilarejos nas regiões sul e leste do país.
"Sete vilarejos foram libertados", anunciou a vice-ministra da Defesa, Hanna Maliar, no Telegram, referindo-se a várias localidades retomadas na província de Zaporizhzhia.
A vice-ministra detalhou que os povoados de Lobkovo, Levadne e Novodarivka, próximos de Zaporizhzhia, haviam sido recuperados, assim como Storozheve, no sul da província de Donetsk. "A superfície de território que passou para o nosso controle é de 90 km²", garantiu.
Nesta segunda, o Exército ucraniano também afirmou que estava avançando no entorno de Bakhmut.
- 'Semanas, ou, até mesmo, meses' -
"As tropas ucranianas avançaram de 250 a 700 metros em direção a Bakhmut", informou o Ministério da Defesa. Moscou, por sua vez, assinalou que havia repelido ataques ucranianos na província de Donetsk, perto de Velyka Novosilka, e também próximo a Levadne.
As informações dadas tanto por Moscou quanto por Kiev não puderam ser verificadas de forma independente.
Segundo especialistas militares, a Ucrânia ainda não lançou a maior parte de suas forças em sua contraofensiva e está analisando a frente de batalha com múltiplos ataques para determinar os pontos mais fracos.
O presidente da França, Emmanuel Macron, também indicou que a contraofensiva ucraniana havia começado, e estimou que poderia durar "várias semanas, ou até mesmo meses". "Nós desejamos que a contraofensiva seja o mais vitoriosa possível para que, em seguida, seja possível iniciar uma fase de negociação em boas condições", acrescentou o líder francês.
Por sua vez, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, disse que espera que o sucesso da contraofensiva obrigue o presidente russo Vladimir Putin a negociar.
"O sucesso desta contraofensiva poderia levar a duas coisas: fortaleceria a posição [da Ucrânia] na mesa de negociações e poderia ter como efeito levar, finalmente, Putin a negociar um final para a guerra que ele começou", disse Blinken a jornalistas.
Nos arredores de Moscou, Putin visitou hoje um hospital militar e condecorou vários soldados feridos na Ucrânia.
Em imagens divulgadas pelo Kremlin, Putin e seu ministro da Defesa, Sergei Shoigu, aparecem ao lado de homens feridos com roupas médicas azuis, alguns deles em cadeiras de rodas.
Até agora, foram poucas as vezes em que Putin apareceu ao lado de tropas que lutam no conflito.
- 'Avaliar a situação' -
Para os analistas do grupo de reflexão americano Institute for the Study of War (ISW), "as forças ucranianas fizeram avanços comprovados visualmente no oeste da província de Donetsk e no oeste do oblast (província) de Zaporizhzhia, que as fontes russas confirmaram, mas tentaram minimizar".
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou hoje que o seu diretor, o argentino Rafael Grossi, viajará amanhã para a Ucrânia para inspecionar a central de Zaporizhzhia e analisar o impacto da destruição da barragem de Kakhovka no rio Dnieper.
Depois de passar pela capital ucraniana, Grossi se dirigirá para a central ZNPP, ocupada pelos russos, "para avaliar a situação e organizar um novo rodízio de especialistas".
Desde o início da invasão, o diretor da AIEA vem advertindo para o risco de um acidente nuclear nesta usina do sudeste da Ucrânia, a maior da Europa.
R.J.Fidalgo--PC