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Ucrânia reivindica reconquista de três localidades
A Ucrânia anunciou neste domingo (11) que suas tropas reconquistaram três localidades na região de Donetsk, no leste do país, em seus primeiros avanços de uma ofensiva contra o exército russo.
"A vila de Neskuchne, na região de Donetsk, está novamente sob bandeira ucraniana", declarou o serviço estatal de guarda de fronteiras, junto com um vídeo que mostra as tropas ucranianas entoando "Glória à Ucrânia!" e "Morte aos inimigos!".
A notícia da libertação de Neskuchne vem apenas algumas horas depois da de Blahodatne pelos "soldados da 68ª brigada" na mesma região.
As forças terrestres também divulgaram um vídeo mostrando combatentes com uma bandeira ucraniana em um prédio destruído.
Blahodatne, que tinha menos de mil habitantes antes da guerra, fica na fronteira entre as regiões de Donetsk e Zaporizhzhia, no sudeste da Ucrânia.
Um avanço significativo das forças de Kiev na região de Zaporizhzhia poderia representar um grande revés para Moscou, caso a conexão terrestre entre a Rússia e a península da Crimeia, anexada em 2014, seja interrompida.
As tropas ucranianas também recuperaram outra localidade um pouco mais ao noroeste, a cidade de Makiivka, informou a vice-ministra da Defesa, Ganna Malyar.
O governo ucraniano mantém silêncio sobre sua estratégia e se recusa a confirmar se as últimas ações militares fazem parte da ofensiva que seu exército diz estar preparando há meses.
O presidente Volodimir Zelensky limitou-se no sábado a falar de "ações contraofensivas e defensivas" no país.
Em seu discurso diário, Zelensky, cujo país foi invadido pela Rússia em fevereiro de 2022, agradeceu neste domingo pelo trabalho de suas tropas.
"Sou grato aos nossos soldados por este dia (...). Obrigado. Obrigado por cada passo, por cada batalha, por cada invasor destruído", disse.
- "Pior catástrofe ambiental" -
Segundo o Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), sediado em Washington, no sábado as forças de Kiev haviam lançado ofensivas em pelo menos quatro áreas da linha de frente.
O Ministério da Defesa russo, por sua vez, indicou neste domingo que havia frustrado um ataque ucraniano contra um de seus navios de guerra no Mar Negro, próximo a dois gasodutos.
O ataque ocorreu contra o "Priazovie" e, apesar de Kiev ter implantado seis embarcações não tripuladas para alcançá-lo, Moscou afirmou que não sofreu danos.
No sul da Ucrânia, as operações de evacuação continuam após a destruição da represa de Kakhovka em 6 de junho, que causou inundações massivas.
A Ucrânia acusa a Rússia de ter detonado explosivos nessa barragem localizada no rio Dnieper, mas Moscou afirma que foi Kiev que atacou a estrutura com artilharia.
As autoridades ucranianas relataram sete mortes devido à enchente e ainda há 35 pessoas desaparecidas, incluindo sete crianças, nos territórios controlados por Kiev.
Nas áreas ucranianas ocupadas pela Rússia, as autoridades nomeadas por Moscou informaram esta semana oito mortos e 13 desaparecidos.
"Esta é a pior catástrofe ambiental desde Chernobyl", afirmou o procurador-geral da Ucrânia, Andrii Kostin, em referência ao acidente na usina nuclear em 1986.
Kostin visitou as áreas afetadas na região de Kherson, a maior cidade localizada próxima à represa de Kakhovka.
- Ataques a barcos de resgate -
Junto a representantes do Tribunal Penal Internacional (TPI), ele afirmou que estavam "investigando [a catástrofe] não apenas como um crime de guerra, mas também como um ecocídio".
Em Kherson, a capital regional, a água começou a recuar em alguns bairros, mas em outras áreas as remoções de moradores continuavam, relataram jornalistas da AFP.
Os primeiros residentes que retornaram para suas casas puderam constatar a extensão dos danos. Um deles, Oleksiy Gesin, entrou em sua loja pela primeira vez em seis dias, armado com uma pá e galochas.
Ele sofreu perdas "consideráveis", segundo este comerciante de 60 anos. "Na loja, a água chegou ao meu peito", contou à AFP.
Além das inundações, três pessoas morreram e ao menos 23 ficaram feridas em ataques contra barcos que transportavam evacuados das áreas inundadas do sul, indicaram autoridades locais.
Um homem de 74 anos tentou proteger uma mulher com seu corpo quando os russos começaram a atirar. "Morreu por seus ferimentos", afirmou Oleksandre Prokudin, governador da região de Kherson.
T.Batista--PC