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Rússia afirma que impediu ofensiva em 'larga escala' da Ucrânia em Donetsk
As autoridades de Defesa da Rússia afirmaram nesta segunda-feira (5) que impediram uma "ofensiva em larga escala" das forças ucranianas na região de Donetsk, anexada por Moscou.
"O inimigo iniciou uma ofensiva em larga escala em cinco setores da frente de batalha no sul de Donetsk", afirmou o ministério russo da Defesa no Telegram.
"Mas não alcançou seu objetivo, não teve sucesso", acrescentou o ministério, que postou um vídeo que afirma ser da batalha, no qual veículos blindados ucranianos enfrentam artilharia pesada.
Kiev afirma há meses que está preparando uma grande contraofensiva ante as forças de Moscou para tentar recuperar os territórios perdidos desde que Rússia iniciou a operação militar, em fevereiro de 2022.
Grande parte de Donetsk está, desde 2014, sob controle de separatistas pró-Rússia. Este é um dos quatro territórios ucranianos que a Rússia anunciou ter anexado em setembro do ano passado, ao lado de Lugansk, Zaporizhzhia e Kherson.
Do outro lado da fronteira, as autoridades russas anunciaram que impediram no domingo uma incursão de combatentes ucranianos na localidade de Novaya Tavolzhanka.
O governador da região russa de Belgorod, Viacheslav Gladkov, relatou no Telegram os combates na área, que foi cenário de bombardeios ucranianos nos últimos dias.
O exército da Rússia afirmou pouco depois que impediu, com a ajuda da artilharia, a entrada de um grupo de "terroristas" ucranianos em Belgorod.
O grupo foi "atingido pela artilharia. O inimigo se dispersou e recuou", acrescenta a nota.
- "Vítimas do ódio do inimigo" -
A nova incursão das forças pró-Ucrânia em território russo aconteceu poucas horas depois de um ataque aéreo contra a região central da Ucrânia.
Um ataque na noite de sábado matou uma menina de dois anos e deixou 22 pessoas feridas na cidade de Dnipro. Outro bombardeio, na manhã de domingo, atingiu uma base aérea perto da cidade de Kropivnitskii, no centro do país, segundo as autoridades ucranianas.
O exército da Rússia confirmou ataques noturnos contra bases aéreas militares ucranianas e destacou que os bombardeios atingiram "postos de comando, estações de radar e equipamentos", mas não revelou a localização dos alvos.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, culpou a Rússia pelo ataque em Dnipro e afirmou que cinco crianças ficaram feridas no incidente.
Em um tuíte publicado neste domingo, Zelensky afirmou que, desde o início do conflito, em fevereiro de 2022, 500 crianças ucranianas morreram vítimas da violência.
"Muitos deles poderiam ter se tornado acadêmicos famosos, artistas, campeões esportivos e contribuído para a história da Ucrânia. Mas foram vítimas de mísseis e do ódio inimigo", escreveu.
A Rússia intensificou os bombardeios contra a Ucrânia nas últimas semanas, ao mesmo tempo que aumentaram as incursões das tropas de Kiev no território russo.
- Dois mortos na região de Kharkiv -
A Ucrânia nunca reivindicou os ataques em solo russo, embora o conselheiro presidencial Mikhailo Podoliak tenha declarado no domingo que a situação nas zonas fronteiriças deve ser considerada "como o futuro da Rússia".
Como prova de que os combates se intensificaram nessa região, as autoridades ucranianas relataram que duas mulheres morreram neste domingo devido a disparos russos na cidade de Vovchansk, perto da fronteira.
"A cidade de Vovchansk foi bombardeada pelos russos novamente", declarou o escritório do promotor da região de Kharkiv, no leste da Ucrânia. "Os ataques inimigos causaram a morte de duas mulheres civis, com 62 e 74 anos de idade".
Do lado russo, um bombardeio ucraniano no sábado matou duas pessoas em Belgorod, informou o governador Viatcheslav Gladkov.
Os municípios fronteiriços em Belgorod foram alvos de ataques sem precedentes, com o total de sete mortes e cerca de 30 feridos durante a semana.
Gladkov pediu no domingo aos moradores das áreas bombardeadas que abandonem suas casas.
"Peço aos habitantes das localidades bombardeadas, em particular os moradores do distrito de Shebekino, que sigam as instruções das autoridades e abandonem temporariamente suas casas", declarou o governador.
P.Cavaco--PC