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Moscou é alvo de ataques com drones; Kiev enfrenta novos bombardeios
A Rússia anunciou nesta terça-feira (30) que derrubou oito drones ucranianos lançados contra Moscou e as proximidades da capital, um ataque sem precedentes que coincide com a terceira onda de bombardeios russos contra Kiev, a capital da Ucrânia, em 24 horas.
O ministério russo da Defesa denunciou um "ataque terrorista" de Kiev e afirmou que neutralizou os oito drones com suas baterias de defesa antiaérea e sistemas de guerra eletrônica.
O prefeito da capital russa, Serguei Sobyanin, informou que duas pessoas ficaram levemente feridas no ataque, que aconteceu durante a madrugada e provocou "danos pequenos em vários edifícios".
"Todos os serviços de emergência da cidade foram acionados (...) Ninguém ficou gravemente ferido até o momento", escreveu Sobianin no Telegram.
A ação contra Moscou acontece em um momento de multiplicação dos ataques em território russo. Na semana passada aconteceu uma grande incursão na região de Belgorod, na fronteira com a Ucrânia. Kiev não reivindicou qualquer operação.
Pouco antes do anúncio do ataque com drones em Moscou, a Ucrânia informou que uma pessoa morreu em um novo "ataque em larga escala" contra Kiev durante a noite, o terceiro em apenas 24 horas.
"Das 23H30 às 4H30 (17H30 às 22H30 de Brasília, segunda-feira), as tropas russas da ocupação atacaram a Ucrânia com 31 drones de fabricação iraniana Shahed-136/131, mas 29 foram derrubados, quase todos perto da capital e no céu de Kiev", anunciou a Força Aérea ucraniana no Telegram.
"Uma pessoa morreu, uma mulher foi hospitalizada, duas vítimas receberam atendimento médico no local", declarou o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko.
Vários mísseis russos foram lançados durante a segunda-feira contra Kiev, o que provocou cenas de pânico nas ruas, após uma noite de bombardeios. Muitos moradores procuraram abrigos subterrâneos, em particular as estações de metrô.
- Edifícios abandonados -
Em Kiev e outras cidades ucranianas, as explosões são parte do dia a dia dos habitantes. Porém, Moscou e as localidades próximas raramente foram atacadas com drones desde o início do conflito na Ucrânia, em fevereiro de 2022.
As imagens publicadas nas redes sociais mostram vestígios de fumaça no céu. Outras mostram uma janela destruída em um edifício.
Testemunha citadas pelas agências de notícias russas afirmaram que um drone "entrou em um apartamento" no 14º andar de um edifício residencial.
"Não houve explosão. A polícia pediu a todos os moradores que abandonassem os apartamentos", disse uma testemunha à agência Ria Novosti.
De acordo com Sobianin, as autoridades determinaram a evacuação de dois prédios residenciais de Moscou atingidos pelos drones.
Os moradores "poderão retornar aos apartamentos após a conclusão do trabalho dos serviços especiais", declarou o prefeito da capital russa.
"Esta manhã, os moradores de alguns distritos de Moscou ouviram explosões: era o nosso sistema de defesa antiaérea", anunciou o governador da região, Andrei Vorobiov.
Ele pediu aos moradores que permaneçam calmos e insistiu que "todos os serviços de emergência estão trabalhando".
O Comitê de Inquérito da Rússia, responsável pelas principais investigações no país, informou em um comunicado que está analisando a queda de drones em Moscou e afirmou que vários aparelhos foram derrubados quando se aproximaram da capital.
Moscou e sua região, a mais de 500 quilômetros da fronteira ucraniana, quase não foram alvos de ataques com drones, mas este tipo de operação foi registrada com mais intensidade nas últimas semanas em outras áreas do território russo.
No início de maio, dois drones foram derrubados sobre o Kremlin, sede do poder russo, em um ataque atribuído à Ucrânia.
Também foram registrados ataques de drones contra bases militares e infraestruturas de energia na Rússia.
L.Torres--PC