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Ex-primeiro-ministro paquistanês Imran Khan é libertado sob fiança
O ex-primeiro-ministro paquistanês Imran Khan foi libertado sob fiança nesta sexta-feira (12) após uma detenção que provocou protestos violentos de seus apoiadores e foi considerada ilegal na quinta-feira.
O ex-chefe de Governo havia sido preso com base em um caso de corrupção na terça-feira, quando compareceu a um tribunal na capital Islamabad.
Mas na quinta-feira, o principal tribunal do país decidiu que sua prisão foi ilegal e que todo o processo deveria ser revisto.
"O tribunal concedeu fiança a Imran Khan por um período de duas semanas e ordenou às autoridades que não o detivessem" durante esse período, relacionado a este caso de suposta corrupção, disse Khawaja Harris, um de seus advogados.
No entanto, o caso está longe de ser encerrado.
O ministro do Interior, Rana Sanaullah, prometeu reordenar a prisão de Imran Khan, atualmente atolado em uma série de processos judiciais desde que perdeu o poder em abril de 2022 em um voto de desconfiança.
As eleições gerais estão marcadas para outubro, e o ex-astro do críquete, ainda muito popular no país, acusa o atual governo de coalizão e o Exército de querer impedir seu retorno ao poder.
O ex-chefe de Governo, de 70 anos, também afirmou que um oficial de alto escalão estava envolvido em uma conspiração para assassiná-lo em novembro passado, o que não agradou o exército, um dos principais atores políticos do país.
- Dois dias de caos -
A prisão de Khan desencadeou dois dias de caos, nos quais milhares de seus apoiadores se manifestaram em diferentes cidades do país, incendiando prédios e bloqueando estradas.
O governo enviou o exército para lidar com os protestos e pelo menos nove pessoas morreram nos confrontos, segundo fontes policiais e de saúde.
Centenas de policiais ficaram feridos e mais de 3.500 pessoas foram detidas, a maioria nas províncias de Punjab e Khyber Pakhtunjua, segundo as autoridades.
Com dezenas de processos contra ele, Khan tem "um longo caminho pela frente", disse à AFP o analista Imtiaz Gul.
"Isso não é mais do que um alívio temporário, provavelmente como parte dos esforços para reduzir a escalada de uma situação explosiva", disse ele.
Segundo este especialista, os processos judiciais movidos contra ele "parecem destinados a mantê-lo atolado e incapacitado para o exercício ativo da política".
V.F.Barreira--PC