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Calma relativa em Gaza à espera de trégua entre Israel e grupos armados
A troca de tiros entre Israel e os grupos armados de Gaza prosseguiu na madrugada desta sexta-feira (12), mas com menos intensidade que nos três dias anteriores, quando 31 pessoas morreram, e com os olhares voltados para a negociação de cessar-fogo.
O Egito, mediador habitual do conflito, está trabalhando para tentar acabar com a violência, o momento de maior tensão na Faixa de Gaza desde agosto de 2022.
A explosão da violência começou na terça-feira (9), quando Israel atacou de maneira preventiva vários alvos da Jihad Islâmica, uma organização considerada "terrorista" por União Europeia e Estados Unidos.
Durante a madrugada de sexta-feira, os bombardeios israelenses no território palestino e os lançamentos de foguetes a partir do território israelense prosseguiram pelo quarto dia, mas com menos intensidade.
O exército de Israel afirmou que atacou várias instalações militares e plataformas de lançamento de foguetes da Jihad Islâmica.
De acordo com testemunhas, três ataques atingiram Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
Nas localidades israelenses próximas do território palestino, as sirenes de alerta foram acionadas novamente durante a noite de quinta-feira.
- Jihad Islâmica apresenta condições -
Várias fontes próximas às negociações afirmaram à AFP que o Egito conseguiu um princípio de acordo para uma desescalada.
Mohammed al Hindi, diretor do departamento político da Jihad Islâmica, está no Cairo e disse que espera uma conclusão nesta sexta-feira das negociações para uma trégua.
"Esperamos obter um acordo honroso que reflita os interesses de nosso povo e da resistência", declarou à AFP.
Desde o início da operação "preventiva", o exército israelense atacou 170 alvos da Jihad Islâmica.
Uma fonte do movimento disse à AFP que "um das condições mais importantes para um cessar-fogo é que Israel pare com os assassinatos em Gaza e na Cisjordânia".
Na cidade de Gaza, as ruas estavam desertas e a muitos estabelecimentos comerciais permaneceram fechados nesta sexta-feira.
O ministério da Saúde do território governado pelo movimento islâmico Hamas anunciou um balanço de 30 mortos, incluindo várias crianças, e mais de 90 feridos desde terça-feira.
Entre os mortos estão cinco líderes militares da Jihad Islâmica e outros combatentes do movimento e da Frente Popular para a Liberação da Palestina, outro grupo armado.
Em Israel, uma pessoa morreu na quinta-feira em Rehovot, cidade ao sul de Tel Aviv, depois que um foguete atingiu um edifício residencial.
O exército afirmou que 866 foguetes foram lançados contra Israel e 260 foram interceptados pelo sistema de defesa antiaérea.
O exército indicou que 25% dos foguetes caíram no território de Gaza, o que provocou quatro mortes, três delas menores de idade. A AFP não conseguiu obter um comentário da Jihad Islâmica ou do Hamas a estas alegações.
A Faixa de Gaza é um território palestino empobrecido onde vivem 2,3 milhões de pessoas. Desde 2007, quando o movimento islâmico Hamas assumiu o controle total do enclave, o local enfrenta um bloqueio severo de Israel.
Desde 2008, Gaza foi cenário de várias guerras com Israel. Em agosto de 2022, os confrontos entre Israel e a Jihad Islâmica terminaram com 49 palestinos mortos, incluindo 19 crianças, segundo a ONU. Mais de mil foguetes foram lançados contra Israel e deixaram três feridos.
P.Sousa--PC