Portugal Colonial - Ucrânia diz que precisa de mais tempo para contraofensiva

Ucrânia diz que precisa de mais tempo para contraofensiva
Ucrânia diz que precisa de mais tempo para contraofensiva / foto: Sergei SUPINSKY - AFP

Ucrânia diz que precisa de mais tempo para contraofensiva

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, admitiu que seu Exército precisa de mais tempo para lançar uma contraofensiva de longo alcance contra as forças de ocupação russas, em entrevista transmitida nesta quinta-feira (11) pela BBC.

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A Ucrânia prepara há meses uma grande operação para reconquistar territórios, com a linha de frente estagnada no leste do país, principalmente ao redor da devastada cidade de Bakhmut.

O Exército ucraniano treinou um novo contingente de forças e armazenou munição e equipamentos fornecidos pelas potências ocidentais que, segundo analistas, serão fundamentais na ofensiva.

"Com (o que temos) podemos ir em frente e ter sucesso. Mas perderíamos muita gente. Acho que isso é algo inaceitável. Então temos que esperar. Ainda precisamos de um pouco mais de tempo", explicou Zelensky na entrevista.

O cronograma para Kiev lançar uma operação de reconquista nas regiões de Donetsk e Luhansk (leste), assim como de Kherson e Zaporizhzhia (sul), ainda é uma incógnita.

O Reino Unido anunciou que fornecerá à Ucrânia mísseis de cruzeiro Storm Shadow, com alcance superior a 250 km, tornando-se o primeiro país a fornecer a Kiev artilharia de longo alcance.

Até agora, as potências ocidentais se recusaram a fornecer esse tipo de armamento, o que tornaria possível para a Ucrânia bombardear dentro do território russo, por medo de uma escalada do conflito.

A Ucrânia será um dos temas principais da reunião dos ministros das Finanças do G7 que se começa nesta quinta-feira em Niigata, no Japão.

A secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, insistiu na disponibilidade dos membros do G7 (EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá) para apoiar a Ucrânia pelo tempo que for necessário, assim como na necessidade de se reforçar a eficácia de sanções contra a Rússia.

O embaixador dos Estados Unidos na África do Sul, Reuben Brigety, acusou este país de ter entregado armas à Rússia, apesar de sua proclamada neutralidade no conflito ucraniano.

- Armas ocidentais -

No final de abril, o ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov, declarou que "os preparativos (da contraofensiva) estão chegando ao fim".

"O equipamento foi prometido, preparado e parcialmente entregue. Em sentido amplo, estamos prontos", disse. ''Quando Deus quiser, (quando houver) bom tempo e a decisão dos comandantes, nós faremos isso'', acrescentou.

Segundo ele, os potentes tanques Abrams prometidos pelos Estados Unidos "não terão tempo para participar desta contraofensiva", já que sua entrega à Ucrânia está prevista para o final de 2023.

A ex-república soviética recebeu centenas de tanques, aviões, munições e outras armas de seus aliados ocidentais.

Desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022, Kiev recebeu mais de US$ 150 bilhões (R$ 743,11 bilhões, na cotação atual) em apoio, incluindo US$ 65 bilhões (R$ 322 bilhões, na cotação atual) em ajuda militar.

Zelensky pediu, nesta quinta-feira, que "não se pressione a Ucrânia para ceder territórios" na perspectiva de alguma negociação com o presidente russo, Vladimir Putin.

"Por que um país teria que ceder seu território para Putin?", questionou.

- Contra-ataques em Bakhmut -

Após essas declarações à BBC, o chefe do grupo paramilitar russo Wagner, Yevgeny Prigozhin, acusou o presidente ucraniano de ser "desonesto", porque a contraofensiva ucraniana "está no auge".

Um oficial militar ucraniano de alta patente disse ontem que as forças de Kiev lançaram contra-ataques em Bakhmut e forçaram as tropas russas a se retirarem em algumas áreas.

"Na direção (de Bakhmut), unidades das Forças Armadas ucranianas penetram pelos flancos e, infelizmente, em alguns lugares conseguem", disse Prigozhin, cujos homens estão na linha de frente nesta batalha.

"O plano do Exército ucraniano está em andamento", disse ele.

Em conflito aberto com a hierarquia militar russa, o chefe do Wagner critica a falta de munição de seus homens e já ameaçou se retirar de Bakhmut. Nesta cidade, controlada em mais de 90% pelas forças russas, acontece a mais longa e sangrenta batalha desde o início da guerra.

T.Resende--PC