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Protestos no Paquistão após a prisão de ex-primeiro-ministro
Vários protestos foram registrados no Paquistão nesta terça-feira (9) depois que o ex-primeiro-ministro Imran Khan foi preso durante uma audiência no tribunal por uma das dezenas de acusações apresentadas contra ele desde que foi deposto no ano passado.
Sua detenção ocorre após meses de crise política e depois que os militares - que detêm grande poder no país - alertaram o ex-governante sobre suas acusações de que altos funcionários estavam envolvidos em uma conspiração para assassiná-lo.
A polícia disparou gás lacrimogêneo e usou um canhão de água para dispersar os apoiadores de Khan que protestaram em Karachi e Lahore.
Na capital Islamabad, na vizinha Rawalpindi e em Peshawar, os manifestantes bloquearam as estradas.
O partido de Khan, o Pakistan Tehreek-e-Insaf (PTI, Movimento Paquistanês pela Justiça), pediu que seus apoiadores fossem às ruas, mas a polícia alertou que existe uma portaria que proíbe reuniões de mais de quatro pessoas e seria aplicada rigorosamente.
"Imran Khan foi preso pelo caso Qadir Trust", disse a polícia de Islamabad em sua conta no Twitter, referindo-se a um caso de corrupção.
Khan foi deposto do poder no ano passado por uma moção de desconfiança e tenta pressionar o frágil governo de coalizão a realizar eleições antecipadas antes de outubro.
O ex-primeiro-ministro enfrenta dezenas de processos judiciais, uma tática que tem sido usada no Paquistão por governos para silenciar seus opositores, afirmam analistas.
Sua prisão ocorreu depois que Khan reiterou em um comício no fim de semana que o general Faisal Naseer, um oficial sênior da inteligência, está envolvido na tentativa de assassinato que ele sofreu em novembro de 2022.
Na segunda-feira, o exército emitiu um alerta sobre o que chamou de "acusações infundadas" feitas por Khan.
O primeiro-ministro Shehbaz Sharif - a quem Khan também acusou de estar envolvido no ataque a tiros que o deixou ferido na perna - disse que acusações sem provas "não serão toleradas".
"Essas acusações não comprovadas contra o general Faisal Naseer e nossos funcionários da agência de inteligência não podem ser permitidas e não serão toleradas", tuitou.
E.Paulino--PC