Portugal Colonial - Chanceler chinês inicia viagem na Europa com Ucrânia como pano de fundo

Chanceler chinês inicia viagem na Europa com Ucrânia como pano de fundo
Chanceler chinês inicia viagem na Europa com Ucrânia como pano de fundo / foto: Str - AFP

Chanceler chinês inicia viagem na Europa com Ucrânia como pano de fundo

O ministro das Relações Exteriores da China, Qin Gang, inicia uma viagem nesta segunda-feira (8) que o levará à Alemanha, França e Noruega, enquanto Pequim busca aumentar seu papel como mediador na guerra na Ucrânia e reconstruir os laços com o continente.

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A China tenta se apresentar como interlocutor neutro na guerra que a Rússia desencadeou contra a Ucrânia, apesar de seu presidente, Xi Jinping, não ter condenado publicamente a invasão.

Duas semanas atrás, Xi falou por telefone com seu homólogo ucraniano, Volodimir Zelensky, pela primeira vez desde o início da ofensiva russa na Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022.

Mas a posição neutra da China foi questionada depois que Xi visitou Moscou em março, onde se encontrou com o presidente russo, Vladimir Putin.

As polêmicas declarações de seu embaixador na França colocaram lenha na fogueira. Em entrevista a uma emissora francesa, Lu Shaye questionou a soberania dos países que emergiram como nações independentes após a queda da União Soviética em 1991.

Em fevereiro, Pequim publicou um documento de 12 pontos descrevendo sua posição sobre o conflito e com um apelo para que os dois lados iniciassem negociações.

Tanto os Estados Unidos quanto a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) receberam a proposta com ceticismo, considerando-a favorável à Rússia.

A visita de Qin à Europa ocorre após várias reuniões de alto nível com líderes europeus em Pequim, incluindo o presidente francês, Emmanuel Macron, e a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock.

O diplomata chinês se reunirá com os representantes das Relações Exteriores da Alemanha, França e Noruega, detalhou Wang Wenbin, porta-voz do ministério chinês.

- Respeito à soberania -

Na França, Qin vai trocar "opiniões sobre a implementação do acordo alcançado pelos dois chefes de Estado" no mês passado, disse Wang Wenbin em entrevista coletiva.

As autoridades francesas informaram que o encontro com sua ministra das Relações Exteriores, Catherine Colonna, acontecerá na quarta-feira.

O Ministério das Relações Exteriores alemão confirmou, por sua vez, que Qin se encontrará com Baerbock na terça-feira em Berlim. A guerra na Ucrânia "é uma alta prioridade de política externa para nós em todas as negociações", disse o porta-voz Christofer Burger.

A Alemanha acredita que "a China tem um papel importante a desempenhar neste assunto e, neste sentido, não me surpreenderia se fosse discutido novamente", acrescentou.

A ministra norueguesa das Relações Exteriores, Anniken Huitefeldt, insistiu na importância de manter um diálogo regular com Pequim, "um dos atores mais importantes da política internacional e da economia mundial".

A visita de Qin ocorre depois que Pequim reafirmou que respeita a soberania de todos os ex-países soviéticos.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, garantiu que a explicação de Pequim "esclareceu devidamente" a questão e que a China não questionou a soberania dos antigos Estados soviéticos.

Durante sua visita a Pequim, Baerbock instou a China a conversar com o "agressor russo" para interromper a guerra na Ucrânia. "Nenhum outro país tem tanta influência sobre a Rússia quanto a China", afirmou.

R.J.Fidalgo--PC