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Polícia faz busca na casa de Bolsonaro em operação sobre inserção de dados falsos de vacinação
A polícia realizou buscas na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro, nesta quarta-feira(3) em Brasília, como parte de uma investigação sobre suposta falsificação de cartão de vacinação contra a covid-19.
Sem mencionar Bolsonaro, a Polícia Federal (PF) explicou em nota que havia realizado um total de 16 apreensões, em Brasília e Rio de Janeiro, na operação que tem como alvo "uma associação criminosa" suspeita de inserir dados falsos de vacinação contra a covid-19 nos sistemas públicos de saúde.
"As inserções falsas, que ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, tiveram como consequência a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a covid-19 dos beneficiários", afirma a nota divulgada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.
A suposta falsificação permitiu que pessoas pudessem "emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes imposta pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de covid-19", agrega a nota.
Consultada pela AFP, a PF não confirmou de imediato se o ex-presidente Bolsonaro (2019-2022) era objetivo da operação policial.
Um fotógrafo da AFP viu um carro da PF sair do condomínio onde vive Bolsonaro.
O ex-presidente de extrema direita sempre se apresentou como ferrenho opositor às vacinas contra a covid-19, e repetiu em reiteradas ocasiões durante seu mandato que não havia sido vacinado e que não o faria.
Derrotado nas eleições presidenciais de outubro, viajou para os Estados Unidos em 30 de dezembro, dois dias antes da posse de seu sucessor de esquerda, Luiz Inácio Lula da Silva.
O certificado de vacinação era obrigatório para entrar nos Estados Unidos. O governo americano anunciou na segunda-feira que esta obrigação seria levantada a partir de 11 de maio.
Desde seu retorno ao Brasil no final de março, Bolsonaro já foi interrogado duas vezes pela Polícia Federal.
Em 5 de abril, prestou depoimento no âmbito da investigação sobre a entrada irregular no Brasil de valiosas joias presentadas pela Arábia Saudita em 2021.
Na semana passada, Bolsonaro precisou depor à PF em outra investigação sobre seu suposto papel nos distúrbios de 8 de janeiro, quando milhares de seus apoiadores invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília, em uma tentativa de derrubar Lula, empossado sete dias antes.
Bolsonaro foi muito criticado por sua gestão da pandemia, que deixou mais de 700.000 mortos no Brasil.
P.Cavaco--PC