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Petro 'se colocou ao lado da ditadura', diz opositor venezuelano Juan Guaidó
O líder da oposição venezuelana Juan Guaidó acusou, nesta quinta-feira (27), o presidente colombiano, Gustavo Petro, de apoiar o governo de Caracas, ao qual qualificou de "ditadura", e pediu proteção da comunidade internacional a quem luta pela liberdade na Venezuela, durante uma coletiva de imprensa em Miami.
"Petro marcou posição, colocou-se ao lado da ditadura, não do lado dos perseguidos políticos, dos que tiveram violados seus direitos humanos", disse Guaidó dois dias depois de chegar aos Estados Unidos procedente da Colômbia, de onde afirmou ter sido expulso.
O líder opositor, de 39 anos, queria participar da conferência internacional iniciada na terça-feira sobre a Venezuela em Bogotá. Por isso, entrou na Colômbia na véspera, sem passar pela imigração para burlar uma proibição de deixar o país.
Segundo ele, o governo Petro ameaçou deportá-lo para a Venezuela e diante do temor de ser preso pelo governo de Nicolás Maduro e as ameaças sofridas por seu círculo próximo, decidiu deixar o país com a ajuda das autoridades americanas e viajou para Miami.
"Não vamos entregar mais um refém à ditadura de Maduro, não vamos permiti-lo neste momento", disse Guaidó, afirmando ter se sentido "ameaçado e perseguido" na Colômbia.
"Não se trata assim migrantes porque não há migrantes ou seres humanos ilegais", acrescentou.
O governo colombiano desmentiu esta versão na terça-feira, alegando que Guaidó já havia comprado sua passagem para Miami e que as autoridades colombianas não o expulsaram.
O líder opositor, que vai se reunir na próxima semana, em Washington, com congressistas americanos, pediu ajuda à comunidade internacional para evitar uma situação na Venezuela como a da Nicarágua, onde o governo do presidente Daniel Ortega venceu as eleições em 2021 após prender vários líderes opositores.
"O que estamos procurando é proteção para os que estão e queremos estar no terreno, lutando pela liberdade", disse, ressaltando que o apoio internacional "não pode continuar sendo comunicado".
Os aliados dos venezuelanos devem exigir passos concretos do governo Maduro com vistas às primárias e eleições livres em 2024, acrescentou, citando condições indispensáveis, como a libertação de presos políticos, o respeito a um cronograma eleitoral e a volta às negociações com a oposição no México.
F.Ferraz--PC