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Japão quer relação 'construtiva e estável' com China, diz premiê
O Japão quer relações "construtivas e estáveis" com a China e pede a Pequim que se comporte "responsavelmente" – declarou o primeiro-ministro Fumio Kishida nesta quinta-feira (20).
"Estamos enfrentando o entorno de segurança mais desafiador e complexo desde a guerra e o que deve ser priorizado, acredito, é a diplomacia proativa com a China", declarou Kishida em uma entrevista coletiva com veículos da imprensa estrangeira, incluindo a AFP.
Ele acrescentou que Tóquio deseja ter um "relacionamento construtivo e estável" com Pequim, "o qual requer esforços de ambas as partes".
Os vínculos entre os dois países se deterioraram nos últimos anos. Em dezembro, Tóquio classificou a China como um "desafio estratégico sem precedentes para a paz e a estabilidade do Japão", ao anunciar uma reforma de sua política de segurança que incluía o aumento dos gastos com defesa.
O Japão ocupa a atual presidência rotativa do G7. Esta semana, os ministros das Relações Exteriores do grupo mostraram uma frente unida ante a China e fizeram uma série de advertências a Pequim: de suas reivindicações marítimas a Taiwan, passando pela "expansão acelerada" de seu arsenal nuclear.
Pequim reagiu em um tom duro à declaração dos ministros do G7, considerando-a "cheia de arrogância, preconceito e intenções sinistras".
As tensões na região se intensificaram por eventos como as manobras militares chinesas, lançadas depois que a presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, reuniu-se com líderes políticos americanos.
A China considera Taiwan parte de seu território e prometeu recuperá-lo um dia.
Segundo Kishida, manter "a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan" é importante não apenas para o Japão, mas para "a estabilidade da comunidade internacional". Ele não disse como seu país reagiria no caso de uma invasão.
O primeiro-ministro japonês se reuniu com o presidente chinês, Xi Jinping, à margem de uma cúpula no ano passado, e seu ministro das Relações Exteriores visitou Pequim este mês.
Chegou pouco depois depois de Tóquio anunciar que estava se juntando a Washington para estabelecer controles para a exportação de equipamentos de semicondutores, uma medida vista como dirigida a Pequim.
Kishida também pediu à China que faça mais para garantir "um ambiente de negócios transparente, previsível e justo".
H.Portela--PC