Portugal Colonial - EUA autoriza Ucrânia a usar mísseis de longo alcance contra Rússia

EUA autoriza Ucrânia a usar mísseis de longo alcance contra Rússia

EUA autoriza Ucrânia a usar mísseis de longo alcance contra Rússia

O presidente americano Joe Biden autorizou a Ucrânia a usar mísseis de longo alcance dos Estados Unidos contra alvos militares na Rússia, informou à AFP um alto funcionário em Washington, horas após um grande bombardeio russo contra a rede elétrica ucraniana.

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A fonte, que falou sob condição de anonimato, confirmou informações do The New York Times e do The Washington Post de que essa decisão foi tomada em resposta ao envio de tropas norte-coreanas para ajudar Moscou na guerra contra a Ucrânia.

Horas antes, um bombardeio russo de grande escala às infraestruturas energéticas da Ucrânia causaram ao menos 11 mortes e obrigaram o país a anunciar cortes de energia para segunda-feira.

A medida ocorre em um momento em que o temido inverno se aproxima nas regiões da Europa afetadas pela guerra.

O bombardeio russo gerou neste domingo uma onda de condenações internacionais contra o governo do presidente Vladimir Putin.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, classificou como "inaceitáveis" esses ataques, que tiveram como alvo "civis e instalações energéticas".

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, qualificou os bombardeios de "horríveis" em uma entrevista à TV Globo no Rio de Janeiro, onde será realizada a cúpula do G20 entre segunda e terça-feira. “Apoiaremos a Ucrânia pelo tempo que for necessário”, afirmou.

Na noite de domingo, outro ataque russo com mísseis matou oito pessoas, incluindo uma criança, e feriu uma dezena em Sumi, uma cidade no nordeste da Ucrânia, anunciou a promotoria regional ucraniana.

- Temores pelo inverno -

O presidente ucraniano, Volodimir Zelesnky, disse neste domingo que a Rússia havia lançado 120 mísseis e 90 drones contra Kiev, assim como em direção ao sul, centro e extremo oeste do país.

O chefe da diplomacia ucraniana, Andrii Sibiga, classificou o ataque como "um dos maiores" executados por Moscou desde o início da invasão em fevereiro de 2022.

Na segunda-feira, o Ministério da Defesa da Rússia afirmou que atingiu todos os alvos em um enorme ataque contra "infraestruturas de energia essenciais de apoio ao complexo militar-industrial ucraniano".

Muitos temem que este terceiro inverno de guerra seja o mais difícil até agora. A Rússia destruiu metade da capacidade energética da Ucrânia com os ataques de drones e mísseis em quase três anos de ofensiva, segundo Kiev.

- “Linguagem que Putin entende” -

Zelensky pedia há muito tempo a autorização para usar armas ocidentais de longo alcance para atacar as bases de onde a Rússia lança seus bombardeios e combater o avanço das tropas russas no leste.

Até agora, os países da Otan estavam reticentes a esse pedido, por temerem uma escalada. Mas Biden, que deixará o poder em janeiro, acabou por conceder essa autorização.

A Polônia, um país da Otan que faz fronteira com a Ucrânia, comemorou a medida. Biden "respondeu com uma linguagem que V. Putin entende", afirmou na rede social X o chanceler polonês, Radoslaw Sikorski.

De acordo com Kiev, cerca de 11.000 soldados norte-coreanos já estão mobilizados na Rússia e teriam iniciado combates na região russa de Kursk, parcialmente controlada por tropas ucranianas.

- À espera de Trump -

O ministro ucraniano das Relações Exteriores afirmou que os ataques russos maciços são "a verdadeira resposta" de Putin aos líderes mundiais "que ligaram ou o visitaram" recentemente.

Kiev expressou grande irritação na sexta-feira com uma conversa telefônica entre o chefe de governo da Alemanha, Olaf Scholz, e Putin, a primeira desde dezembro de 2022.

Muito criticado pela conversa, Scholz reiterou neste domingo seu apoio à Ucrânia e afirmou que "nenhuma decisão" será tomada sem a participação do governo ucraniano.

Falar com Putin equivale a "abrir a caixa de Pandora", afirmou Zelensky.

No início do mês, Putin recebeu vários líderes mundiais em uma reunião de cúpula dos Brics.

A recente vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos provocou a retomada do debate sobre possíveis negociações com Moscou. Kiev teme ser obrigada a aceitar concessões.

Trump criticou em várias ocasiões a ajuda de seu país à Ucrânia e afirmou que seria capaz de resolver o conflito em "24 horas", mas sem revelar como.

Zelensky, que por muito tempo descartou a opção, afirmou no sábado que deseja acabar com a guerra em seu país em 2025 por "meios diplomáticos".

Contudo, as posições russa e ucraniana são opostas: Kiev descarta ceder os territórios ocupados pelo Exército russo, mas Moscou afirma que esta é uma condição inegociável.

A.Motta--PC