Portugal Colonial - Alemanha prevê recessão em 2024, mas promete recuperação

Alemanha prevê recessão em 2024, mas promete recuperação
Alemanha prevê recessão em 2024, mas promete recuperação / foto: John Macdougall - AFP

Alemanha prevê recessão em 2024, mas promete recuperação

O governo alemão revisou para baixo suas previsões econômicas para este ano, prevendo agora uma recessão em vez do crescimento antes esperado, embora esteja confiante em uma recuperação para 2025.

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O Executivo de Berlim espera que o Produto Interno Bruto (PIB) do país caia 0,2% em 2024, em vez do aumento anteriormente esperado de 0,3%, segundo um comunicado.

O PIB da principal economia da Europa encolheu 0,3% em 2023. Após dois anos de queda, deverá voltar a crescer 1,1% em 2025 e 1,6% em 2026, segundo as novas previsões.

Esta revisão segue uma série de más notícias econômicas para o país, incluindo a suspensão, em setembro, de um grande projeto de fábrica da gigante tecnológica Intel e o anúncio da Volkswagen de possíveis fechamentos de fábricas e demissões.

- Problemas estruturais -

A economia alemã, que por muito tempo se beneficiou da energia barata graças aos acordos de fornecimento de gás russo e às exportações dinâmicas, especialmente para a China, agora sofre os efeitos da guerra na Ucrânia e do declínio da demanda global, em meio ao auge de medidas protecionistas.

"A Alemanha e a Europa estão presas nas crises entre a China e os Estados Unidos e devem aprender a fazer-se ouvir", disse à imprensa o ministro da Economia, Robert Habeck.

Na sua opinião, os "maiores parceiros comerciais [do país] fragmentam cada vez mais os mercados", ao apontar que "o mercado dos Estados Unidos está cada vez mais isolado", algo que estimou que poderá piorar caso Donald Trump seja eleito presidente, enquanto a China adota "uma estratégia de exportação agressiva".

Por outro lado, a Alemanha enfrenta desafios estruturais, como o envelhecimento da população, muita burocracia e uma transição ecológica complexa.

Segundo Habeck, estes problemas "começam a ter consequências", uma vez que "desde 2018, a economia alemã não registrou nenhum crescimento significativo".

O ministro ecologista criticou, ainda, a norma do "freio da dívida" consagrada na Constituição, que limita os recursos do Estado ao investimento.

Esta norma também é rejeitada pela indústria: "Com maior margem de manobra (orçamental), a nossa economia poderá finalmente sair do bloqueio", afirmou o ministro.

No plano econômico, os indicadores antecipados da indústria apontam que a fase de fragilidade continuará no segundo semestre, segundo o Ministério da Economia.

- Medidas para o crescimento -

No entanto, a partir do final de 2024, a dinâmica de crescimento deverá começar a acelerar, garantiu.

O governo altamente impopular do chanceler Olaf Scholz propôs neste verão (inverno no Brasil) uma "iniciativa de crescimento" que inclui reduções fiscais, um corte permanente nos preços da energia para a indústria, menos burocracia e incentivos para manter os idosos em atividade e atrair trabalhadores estrangeiros qualificados.

No entanto, o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Alemã (DIHK), Peter Adrian, considera a proposta "insuficiente" para relançar a economia.

Cinco grandes institutos de pesquisa econômica (DIW, Ifo, IfW Kiel, IWH e RWI) projetaram números menos otimistas, com um aumento do PIB de 0,8% em 2025 e 1,3% em 2026.

L.E.Campos--PC