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Preços do petróleo sobem devido às tensões no Oriente Médio e na Líbia
Os preços do petróleo dispararam nesta segunda-feira (26) por conta de uma escalada das hostilidades entre Israel e o movimento libanês Hezbollah, apoiado pelo Irã, e pela decisão do governo do leste da Líbia de fechar os campos petrolíferos sob seu controle.
O preço do Brent do Mar do Norte subiu 3,11%, a US$ 81,49 às 10h45 (horário de brasília), e o preço do equivalente americano, West Texas Intermediate (WTI), subiu 3,39%, a US$ 77,38.
O aumento dos preços ocorreu depois que Israel afirmou, no último domingo, ter frustrado um ataque em larga escala do movimento Hezbollah com bombardeios no Líbano, após dez meses de combates na fronteira entre os dois países.
O Hezbollah, que é armado e financiado pelo Irã, afirmou que seu ataque às bases militares israelenses foi “um sucesso”. Israel, por sua vez, realizou bombardeios no Líbano que destruíram “milhares” de lançadores de foguetes do grupo, o que o movimento libanês negou.
O mercado também reagiu à decisão da administração do leste da Líbia de fechar os campos de petróleo sob seu controle e de “suspender toda a produção e exportação até novo aviso”.
A Líbia, um país em caos desde a queda e morte do ditador Muammar Gaddafi em 2011, é governada por dois executivos rivais: O governo de união nacional de Abdelhamid Dbeibah, estabelecido em Trípoli, no oeste do país, e reconhecido pela ONU; e o executivo do leste, com sede em Benghazi e apoiado pelo poderoso marechal Khalifa Haftar.
A maior parte da infraestrutura de petróleo do país está localizada no leste.
O governo de Benghazi decidiu fechar os campos de petróleo depois que, nesta segunda-feira, uma comissão chamada "transferência de poderes" e nomeada pelo governo de Trípoli entrou nas instalações do Banco Central da Líbia (CBL), que centraliza as receitas das exportações de hidrocarbonetos e administra o orçamento do Estado.
O governo de Benghazi, no leste do país, denunciou nesta segunda-feira “ataques e tentativas de invasões forçadas” às instalações do Banco Central da Líbia para assumir “ilegalmente” o controle da instituição, o que “bloqueou e interrompeu as transações bancárias” no país.
Como resultado, o Executivo de Benghazi declarou “estado de força maior” nos campos e portos de petróleo, ordenando seu fechamento.
O BCL é chefiado desde 2012 por Seddiq al Kebir, cuja administração tem sido duramente criticada pelo círculo próximo de Dbeibah.
Em 11 de agosto, dezenas de pessoas, algumas delas armadas, tentaram expulsar Al Kebir da sede do BCL, mas foram dispersadas. Uma semana depois, o diretor de TI do banco foi sequestrado por um breve período.
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A.S.Diogo--PC