Portugal Colonial - OMS considera 'prováveis' novos casos de mpox na Europa

OMS considera 'prováveis' novos casos de mpox na Europa

OMS considera 'prováveis' novos casos de mpox na Europa

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou, nesta quinta-feira (15), para a possibilidade iminente de detecção de surtos de mpox na Europa, após a Suécia relatar um caso de uma variante perigosa deste vírus, até então diagnosticado apenas na África.

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"É provável que nos próximos dias e semanas sejam registrados outros casos importados do clado 1 na região europeia", avisou a OMS em um comunicado, referindo-se à nova variante da mpox, anteriormente chamada de "varíola dos macacos".

O clado 1 é uma nova cepa do vírus, mais perigosa e contagiosa do que as identificadas até agora.

Na quarta-feira, a OMS declarou a mpox uma emergência de saúde pública de importância internacional, seu nível máximo de alerta, devido ao aumento dos casos na República Democrática do Congo (RDC) e em outros países africanos.

Pelo menos 548 pessoas morreram desde o início do ano neste país de cerca de 100 milhões de habitantes, localizado na África Central, informou o ministro da Saúde, Samuel-Roger Kamba.

Desde janeiro de 2022, foram registrados 38.465 casos da doença em 16 países africanos.

No mesmo período, 1.456 pessoas morreram vítimas da doença, de acordo com dados publicados na semana passada pela agência de Saúde da União Africana, a Africa CDC.

Em 2024, houve um aumento de 160% no número de casos em comparação com o ano anterior, indicou a mesma fonte.

- Risco "muito baixo" -

O caso anunciado pela Agência de Saúde Pública da Suécia foi o primeiro fora do continente africano.

"A pessoa afetada foi infectada durante uma estadia em uma região da África onde há uma grande epidemia de mpox do subtipo clado 1", explicou em uma coletiva de imprensa Olivia Wigzell, diretora interina do órgão.

A agência, no entanto, esclareceu que "o fato de um paciente com mpox receber tratamento no país não implica riscos para o restante da população".

O Centro Europeu para a Prevenção e Controle de Doenças (ECDC) considera atualmente que o risco é muito baixo, acrescentou.

Em mensagem à AFP, a agência de saúde precisou que se trata da variante de mpox 1b, que está apresentando um aumento na RDC desde setembro de 2023.

As 26 províncias daquele país de 2,3 milhões de km² foram afetadas, indicou o ministro da Saúde da RDC, detalhando 15.664 casos potenciais desde o início do ano.

A OMS pediu para que não se estigmatizem "os viajantes, nem os países ou regiões".

"Só trabalhando juntos, compartilhando dados e adotando as medidas de saúde pública necessárias, poderemos controlar a propagação deste vírus", acrescentou.

A mpox foi detectada pela primeira vez em humanos em 1970 na atual RDC (antigo Zaire).

Trata-se de uma doença viral que se transmite do animal para o humano, bem como por contato físico próximo com uma pessoa infectada pelo vírus.

Provoca febre, dores musculares e lesões cutâneas.

- Um vírus mais perigoso -

O Departamento de Saúde dos Estados Unidos anunciou na quarta-feira que "doará à RDC 50.000 doses da vacina JYNNEOS, aprovada pela Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA)".

"A vacinação será um elemento crítico da resposta a este surto", afirmou em comunicado.

A farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic afirmou que está preparada para produzir até 10 milhões de doses de sua vacina contra a mpox até 2025.

A OMS declarou a mpox como emergência de saúde pública internacional um dia após o órgão de controle de saúde da União Africana ter instaurado o seu próprio estado de emergência devido ao surto.

A agência de saúde da ONU já havia tomado uma decisão semelhante em julho de 2022, quando houve um surto global da anterior "varíola dos macacos", causado por uma cepa conhecida como Clade IIb.

Na ocasião, a emergência foi declarada de julho de 2022 a maio de 2023, em um surto que deixou 140 mortos e foram reportados quase 90.000 casos.

A epidemia atual tem características específicas. É um vírus mais contagioso e perigoso, causado pelo clado 1 e por uma variante ainda mais perigosa, o clado 1b. Sua taxa de mortalidade é estimada em 3,6%.

O clado 1b provoca erupções cutâneas por todo o corpo, enquanto as cepas anteriores se caracterizavam por erupções e lesões localizadas na boca, no rosto ou em órgãos genitais.

P.Queiroz--PC