- Guitarra de Noel Gallagher leiloada por US$ 286.000
- Zelensky quer o fim da guerra com a Rússia em 2025 por 'meios diplomáticos'
- Biden e Xi se reúnem antes do temido retorno de Trump
- Rússia intensifica o cerco aos últimos civiles no leste da Ucrânia
- Incêndio em hospital indiano mata 10 recém-nascidos
- Mike Tyson perde para Jake Paul em seu retorno aos ringues
- Peru e Chile empatam sem gols no fechamento da rodada das Eliminatórias
- Em jogo com final emocionante, Uruguai vence Colômbia pelas Eliminatórias
- BID contribuirá com até US$ 25 bi para aliança de Lula contra a fome
- Jogo entre Romênia e Kosovo é suspenso por cânticos de torcedores
- Portugal avança às quartas da Liga das Nações com mais um recorde de CR7
- Espanha vence Dinamarca e termina em 1º do grupo na Liga das Nações
- China estuda resistência de tijolos no espaço para construir base na Lua
- Juventus anuncia rescisão de contrato com Pogba, suspenso por doping
- Monumento aos heróis do levante do Gueto de Varsóvia é vandalizado na Polônia
- Segurança de dados pessoais 'não é negociável', diz CEO do TikTok
- Comediante Conan O'Brien apresentará o próximo Oscar
- Conmebol muda sede do Sul-Americano Sub-20 de 2025 do Peru para Venezuela
- Hamas afirma estar 'disposto' a uma trégua e pede para Trump 'presionar' Israel
- Zverev avança à semifinal do ATP Finals; Alcaraz é eliminado
- Dorival convoca Alex Telles e Dodô para jogo contra o Uruguai
- 'IA não traz nenhum benefício para a socidade', afirma ativista Sage Lenier
- As diversas vozes da esquerda que tentam se fazer ouvir antes do G20 no Rio
- Cúpula Íbero-Americana chega à sessão final sem a presença de líderes
- EUA e China abrem cúpula da Apec em meio à expectativa pela nova era Trump
- À espera de Trump, um G20 dividido busca o diálogo no Rio de Janeiro
- Partido do presidente de Sri Lanka conquista maioria absoluta nas legislativas
- Milei chama vitória de Trump de 'maior retorno' da história
- Executivos do petróleo marcam presença na COP29 e ONGs denunciam lobistas
- Sul de Beirute é alvo de bombardeios após alerta do Exército israelense
- Dominicano Juan Luis Guerra é o grande vencedor do Grammy Latino
- Ataque russo deixa milhares sem calefação no sul da Ucrânia
- Plata e Valencia brilham em goleada do Equador sobre a Bolívia (4-0) nas Eliminatórias
- Paraguai surpreende e vence Argentina de virada (2-1) nas Eliminatórias
- Kanye West disse que "judeus controlavam as Kardashians", segundo nova ação
- Justiça boliviana reconhece nova direção de partido do governo sem Evo Morales
- Vini perde pênalti e Brasil empata com a Venezuela (1-1) nas Eliminatórias
- Mortes por overdose de drogas ficam abaixo de 100 mil nos EUA
- França empata com Israel (0-0) em jogo quase sem público na Liga das Nações
- Bombardeio contra centro da Defesa Civil deixa 12 mortos no Líbano
- Inglaterra vence Grécia (3-0) e fica perto do acesso na Liga das Nações
- Itália vence Bélgica (1-0) e se garante nas quartas da Liga das Nações
- Sinner avança invicto à semifinal do ATP Finals; Fritz também se classifica
- O que se sabe sobre a tentativa de ataque ao STF
- Trump nomeia Robert F. Kennedy Jr. como secretário de Saúde
- Nova York instalará pedágio em Manhattan antes da posse de Trump
- Morre opositor preso na Venezuela entre denúncias de "crise repressiva" após eleições
- Métodos de guerra de Israel em Gaza têm 'características de genocídio', aponta comitê da ONU
- Independência dos bancos centrais é fundamental para a economia, ressalta governadora do Fed
- G20 Social, o toque popular de Lula antes da cúpula de chefes de Estado
Cem dias do governo Milei: como vai a sua experiência libertária na Argentina?
Ele convida seus acólitos a se juntarem às "Forças do Céu" e governa freneticamente a partir das redes sociais: o ultraliberal Javier Milei ordenou as contas da Argentina no início de sua administração, graças a um ajuste draconiano que tensionou o clima político e social.
"Não há grana", disse Milei ao assumir o cargo de presidente em 10 de dezembro, quando prometeu combater a inflação desenfreada, destruir a "casta política" e reduzir o tamanho do Estado com "uma motosserra".
Cem dias depois, como vai a sua experiência "liberal libertária"?
- Megadecreto e reveses no Congresso -
O cerne do plano de Milei para desregulamentar a economia argentina é um megadecreto que revoga ou modifica mais de 300 normas e uma "Lei Ómnibus" que em sua versão original continha mais de 600 artigos.
Mas nestes três meses ambos os projetos sofreram reveses no Congresso, onde o pequeno partido de Milei é minoria: a Lei Ómnibus fracassou em fevereiro no debate dos deputados e o megadecreto foi rejeitado na quinta-feira no Senado.
Essas derrotas mostram que o presidente não conseguiu transmitir a urgência de suas reformas, justificada segundo ele pela herança recebida do governo anterior.
"Milei gostaria de promover o seu projeto político e econômico a 100 km por hora, mas a velocidade de cruzeiro do governo é muito menor", disse à AFP Carlos Malamud, principal pesquisador do Real Instituto Elcano.
Agora o seu programa está nas mãos dos deputados, que devem revisar uma versão diluída da Lei Ómnibus e tomar a decisão final sobre o megadecreto, que permanece em vigor a menos que seja rejeitado também na Câmara Baixa.
Mas mesmo que seja aprovado, a sua constitucionalidade permanece questionada. O consultor político Carlos Fara disse à AFP que "na Justiça, boa parte" do megadecreto "está mortalmente ferida".
- Motosserra ligada -
Pouco depois de assumir o cargo, Milei ligou a sua "motosserra": suspendeu obras públicas, não renovou contratos estatais, reduziu ministérios pela metade, liberou preços e contratos de aluguel e desvalorizou o peso em mais de 50%, provocando inflação de 25,5% em dezembro, que esfriou em fevereiro para 13%.
Com a desvalorização e o aumento de preços de 276% ao ano em fevereiro, o poder de compra dos argentinos foi destruído, principalmente o dos aposentados.
A meta do presidente economista – atingir o déficit zero este ano – é mais ambiciosa do que o que lhe pede o próprio Fundo Monetário Internacional (FMI), com o qual a Argentina mantém um acordo de crédito de 44 bilhões de dólares (cerca de 220 bilhões de reais na cotação atual).
Nestes 100 dias, Milei reconstruiu as reservas brutas do Banco Central e alcançou um superávit financeiro em janeiro e fevereiro, algo sem precedentes desde o início de 2011.
"Há um ordenamento", disse a economista independente Marina Dal Poggetto em uma recente entrevista televisiva. "A estabilização está funcionando ainda melhor do que se imaginava inicialmente, mas há questões sobre a governabilidade".
Milei busca agora reunir fundos de 15 bilhões de dólares (74,8 bilhões de reais) com o FMI e entidades privadas para eliminar os controles cambiais em meados do ano, o que deu origem a vários tipos de dólar.
"As pessoas sabem que estamos passando por um momento muito difícil, mas estão começando a ver uma saída", disse o presidente à Rádio La Red.
- Tensão social -
O outro lado deste "ordenamento" é a tensão social alimentada por demissões, aumentos de preços e aumentos nas tarifas dos serviços públicos devido à remoção de subsídios.
Os medicamentos aumentaram 40 pontos percentuais a mais que a inflação geral, o que provocou uma enorme queda nas vendas. Isso fez com que muitas pessoas abandonassem seus tratamentos crônicos.
"Entre comer e comprar o remédio, as pessoas escolhem comer", explicou à AFP a farmacêutica Marcela López, em Buenos Aires.
Em fevereiro, enquanto se debatia a Lei Ómnibus, milhares de pessoas protestaram em frente ao Congresso e foram reprimidas pela polícia.
Protestaram também quando a entrega de alimentos às quase 40 mil cozinhas comunitárias foi suspensa, em um momento em que a pobreza afeta quase 60% da população. O objetivo, segundo o governo, é auditar o sistema e prestar assistência direta.
Os cortes afetaram também o orçamento das universidades, o apoio estatal ao cinema e à pesquisa em ciência e tecnologia.
O presidente se mantém firme nas pesquisas de opinião, que colocam sua popularidade perto dos 50%, e habituou os argentinos ao seu estilo excêntrico: governa e acusa seus opositores de traição na rede social X, cita o livro bíblico dos Macabeus e fala de sua equipe como "As Forças do Céu".
- Estreia em Davos -
Como parte do ajuste, Milei voa em linhas comerciais com uma comitiva reduzida.
Foi assim que chegou em janeiro a Davos, a sua estreia internacional, onde intrigou a elite econômica mundial ao alertar que "o Ocidente está em perigo" e ao criticar a justiça social e o "feminismo radical".
Apesar dos abraços midiáticos com Donald Trump - a quem ele admira - e com o papa Francisco - com quem se reconciliou -, as relações exteriores não têm sido uma prioridade para Milei, exceto quando suspendeu a adesão da Argentina ao bloco dos Brics.
Outra exceção é sua relação com Israel, para onde o presidente viajou para mostrar a sua proximidade com o país e o seu interesse espiritual pelo judaísmo.
Diego Giacomini, que co-escreveu quatro livros de economia com Milei, disse à rádio que seu agora ex-amigo "acredita ter uma missão divina" que "consiste em transformar a Argentina e levá-la à filosofia do Número Um, que é Deus, o liberalismo; e tirá-la da filosofia de Satanás, que é o socialismo".
P.Sousa--PC