Portugal Colonial - Venezuela vai com 'muitas expectativas' à reunião presidencial com Guiana, diz chanceler

Venezuela vai com 'muitas expectativas' à reunião presidencial com Guiana, diz chanceler
Venezuela vai com 'muitas expectativas' à reunião presidencial com Guiana, diz chanceler / foto: ZURIMAR CAMPOS - Venezuelan Presidency/AFP

Venezuela vai com 'muitas expectativas' à reunião presidencial com Guiana, diz chanceler

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, comparecerá com "muitas expectativas" à reunião de quinta-feira em São Vicente e Granadinas com seu par da Guiana, Irfaan Ali, em torno da controvérsia territorial entre os dois países, disse o chanceler venezuelano, Yván Gil, nesta segunda-feira (11).

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Eventuais "fórmulas" de "cooperação em matéria petrolífera e gasífera" podem estar na mesa, declarou Gil em um encontro com a imprensa internacional.

"Vamos a São Vicente com muitas expectativas, com muita alegria e com muita esperança de paz, de conciliação, de trabalho", afirmou o ministro das Relações Exteriores, que ressaltou que a Venezuela trabalhou "com todos os governos que estiveram na Guiana até 2015", ano em que a gigante americana ExxonMobil descobriu vastos campos de petróleo em águas disputadas.

"A Venezuela nunca colocou a controvérsia territorial como impedimento para a integração regional; mas sempre foi firme para reivindicar o que lhe pertence", manifestou Gil.

Maduro e Ali se reunirão em São Vicente e Granadinas no dia 14 de dezembro às 14h GMT (11h em Brasília), um encontro promovido pela Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a Comunidade do Caribe (Caricom).

A reunião chega em meio ao recrudescimento das tensões por Essequibo, um território de 160.000 km² rico em petróleo e recursos naturais administrado por Georgetown.

No dia 3 de dezembro, o governo Maduro promoveu um referendo consultivo no qual foi aprovada uma proposta para criar na região uma província venezuelana - o estado Guiana Essequiba - e dar nacionalidade a seus moradores. O mandatário deu três meses às petrolíferas com presença na região para se retirarem.

Ali classificou os anúncios como "uma ameaça direta" e sua administração levou o caso ao Conselho de Segurança da ONU, e também aproximou os contatos com os Estados Unidos, que realizaram exercícios militares na quinta-feira passada em Essequibo.

- 'Fim à escalada' -

"O diálogo deve colocar fim a essa escalada", prevê Gil. "A simples convocação e aceitação para comparecer ao diálogo já é um profundo sucesso."

"Fórmulas" de cooperação energética podem fazer parte da agenda, manifestou o diplomata.

Gil lembrou os acordos do Petrocaribe, pelos quais a Venezuela fornece petróleo a preços preferenciais a países caribenhos, e convênios gasíferos com Trinidad e Tobago, classificando-os como "exemplos concretos" que podem servir "para futuros acordos com a República Cooperativa da Guiana".

O chanceler também fez um chamado para "eliminar a ingerência de elementos que não tem a ver com a região", referindo-se aos Estados Unidos.

A Venezuela afirma que o Essequibo faz parte de seu território, como em 1777, quando era colônia espanhola. Recorre ao acordo de Genebra, firmado em 1966, antes da independência da Guiana do Reino Unido, que assentava bases para uma solução negociada e anulava um laudo de 1899.

A Guiana, por outro lado, defende esse laudo e quer que seja ratificado pela Corte Internacional de Justiça (CIJ).

E.Borba--PC