Portugal Colonial - Proposta de 'redução' das energias fósseis na COP28 provoca onda de críticas

Proposta de 'redução' das energias fósseis na COP28 provoca onda de críticas

Proposta de 'redução' das energias fósseis na COP28 provoca onda de críticas

Um rascunho da declaração da COP28 propôs, nesta segunda-feira (11), a "redução do consumo e produção de combustíveis fósseis" como uma opção para lutar contra a mudança climática, uma proposta que despertou críticas de países e ambientalistas que sugerem novas negociações.

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O texto, elaborado pela presidência da COP28 após dias de negociações complicadas, fica aquém da exigência de "eliminar" progressivamente ("phase out") essas energias, responsáveis pelo aquecimento global.

O rascunho de 21 páginas ainda deve ser submetido a uma sessão plenária de negociadores de quase 200 países, prevista para terça-feira. As decisões nas conferências climáticas da ONU são tomadas por consenso.

As nações que assinaram o Acordo de Paris de 2015 "reconhecem a necessidade de reduções profundas, rápidas e sustentáveis das emissões" de gases de efeito estufa e, consequentemente, pedem "ações que possam incluir" toda uma bateria de medidas, segundo o texto. Entre elas, está a "redução do consumo e produção".

Também propõe como opção "eliminar" ("Phase out") os subsídios "ineficientes" aos combustíveis fósseis, e fazê-lo "o mais rápido possível".

O texto renova o apelo a favor das energias renováveis, inclui a energia nuclear como opção "limpa" e também as polêmicas tecnologias de retenção e captura de CO2, ainda em desenvolvimento.

"Ainda temos muito pela frente", reconheceu o presidente da cúpula, o emiradense Sultan Al Jaber, aos ministros.

O encerramento da conferência, previso para terça-feira, está no ar.

"Apreciamos o esforço de muitos neste texto, que busca fazer um balanço de uma grande variedade de interesses", explicou um porta-voz do Departamento de Estado. Porém, a questão dos combustíveis fósseis "deve ser reforçada sustancialmente", afirmou.

É "claramente insuficiente", afirmou a ministra de Transição Ecológica espanhola, Teresa Ribera.

O texto é "um retrocesso", criticou a principal aliança de organizações ambientalistas, a Climate Action Network.

"As nossas vozes não foram ouvidas", explicaram os pequenos Estados insulares, os mais ameaçados pelo aumento das águas.

- "Corrida contra o tempo" -

"Estamos em uma corrida contra o tempo" para encontrar um consenso, destacou o secretário-geral da ONU, António Guterres, presente em Dubai para encorajar os diplomatas, depois de mais de dez dias de longas reuniões.

Guterres defendeu uma menção específica à eliminação das energias fósseis.

Mas "isso não significa que todos os países devam abandonar as energias fósseis ao mesmo tempo", admitiu o chefe da ONU perante os jornalistas.

A COP de Dubai é a primeira a fazer um balanço da ação climática desde o Acordo de Paris, que impôs o objetivo de tentar manter a temperatura média global em +1,5 ºC em comparação com a era pré-industrial.

A intenção em Dubai era definir novas metas mais ambiciosas, acelerar a transição energética e as medidas de adaptação.

O texto pede que os países apresentem novos planos para reduzir as emissões de gases até o final de 2024.

O emiradense Sultan Al Jaber, é presidente da companhia petrolífera nacional do seu país, o que levanta suspeitas há meses.

Os cientistas insistem que as emissões de gases do efeito estufa não estão diminuindo e, portanto, é necessário adotar medidas drásticas, o mais rápido possível.

O objetivo compartilhado por representantes das quase 200 nações reunidos em Dubai é alcançar a neutralidade de carbono, ou seja, que as emissões e capturas somem zero, até 2050.

A COP28 confirmou o Azerbaijão como sede da próxima COP, e o Brasil no ano seguinte.

Ao fazer seus agradecimentos, a ministra do Meio Ambiente Marina Silva pediu a redução da dependência dos combustíveis fósseis.

E.Borba--PC