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Chefe de Governo alemão pede 'compromisso' para fechar acordo UE-Mercosul
O chanceler alemão, Olaf Scholz, instou todas as partes nesta segunda-feira (4) a encontrar uma maneira de fechar o acordo comercial há muito tempo negociado entre a União Europeia (UE) e o Mercosul.
"Peço a todos os envolvidos que sejam tão pragmáticos e dispostos quanto possível a chegar a um compromisso para que possamos terminar isto", declarou Scholz durante uma coletiva de imprensa em Berlim com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em referência ao pacto comercial.
Lula disse que não desistirá do acordo comercial e pediu à UE que decida se realmente tem interesse em selá-lo.
A UE e o Mercosul – Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai – definiram as linhas gerais de um possível pacto de livre comércio em junho de 2019, após duas décadas de duras negociações, mas ainda não deram os retoques finais ao acordo.
A Comissão Europeia, que negocia em nome dos 27 países da UE, e o Brasil – que atualmente preside o Mercosul – demonstraram grandes esperanças de selar o acordo de forma definitiva em uma reunião no Rio de Janeiro, em 7 de dezembro.
No entanto, neste fim de semana a França e depois a Argentina manifestaram as suas reservas sobre o pacto.
"Conversei com Macron" no fim de semana, disse Lula. "Não é apenas o Macron, foi o Sarkozy, Chirac, o nosso companheiro Hollande, nenhum deles se propôs a fazer acordo com o Mercosul porque eles têm problemas políticos e financeiros com os produtores franceses", acrescentou.
No sábado, em Dubai, Emmanuel Macron classificou o acordo como "mal remendado", e disse que "não levava em consideração a biodiversidade ou o clima".
A Argentina, por sua vez, indicou no domingo que ainda não havia as condições para concluir o acordo.
Por outro lado, o futuro presidente argentino, Javier Milei, criticou o acordo com a UE durante sua campanha e ameaçou retirar-se do Mercosul.
O porta-voz da Comissão Europeia, Balazs Ujvari, declarou nesta segunda-feira em Bruxelas que a UE e o Mercosul ainda desejam concluir o acordo "o mais rápido possível".
"Houve progressos substanciais no último mês e ambos os lados estão empenhados em chegar a um acordo que aborde de forma eficaz as preocupações climáticas", disse Ujvari.
F.Santana--PC