Portugal Colonial - Fim da trégua volta a causar inquietação em famílias de reféns em Gaza

Fim da trégua volta a causar inquietação em famílias de reféns em Gaza
Fim da trégua volta a causar inquietação em famílias de reféns em Gaza / foto: Mads Claus Rasmussen - Ritzau Scanpix/AFP/Arquivos

Fim da trégua volta a causar inquietação em famílias de reféns em Gaza

Familiares dos mais de 130 reféns ainda em mãos do Hamas em Gaza viram se dissipar, nesta sexta-feira (1), as esperanças de se reencontrarem em breve com seus entes queridos, devido ao fim da trégua entre Israel e o movimento islamista.

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"Fizeram-nos vislumbrar a possibilidade de libertá-los, de voltarem ao nosso lado e retomarem suas vidas", disse, visivelmente emocionado, Ilan Zecharya, tio de Eden Yerushalmi, de 20 anos, uma das poucas mulheres que não foram libertadas durante a semana de trégua.

"Estava muito perto de sair" do cativeiro, acrescentou, após fazer uma pausa para tomar um copo d'água durante um discurso em um comício organizado em Tel Aviv pelo Fórum de Famílias dos Reféns.

"Pedimos a todos e ao nosso país um novo mecanismo" que permita prosseguir com as libertações, implorou, dirigindo-se tanto ao Hamas quanto ao Catar e ao Egito, que atuam como mediadores.

Através dos meios de comunicação, parentes dos sequestrados afirmam que não foram feitos todos os esforços possíveis para libertar todos os reféns. Eles pedem ao governo israelense para prosseguir com as negociações.

A trégua permitiu efetuar a troca de 80 reféns israelenses, todos mulheres e crianças, por 240 prisioneiros palestinos, também mulheres e menores.

Cerca de 20 estrangeiros ou pessoas com dupla nacionalidade, a maioria tailandeses que trabalhavam em Israel, também foram libertados, fora do escopo do acordo.

A guerra teve início em 7 de outubro, quando milicianos islamistas invadiram o sul de Israel, matando cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis, e sequestrando umas 240, segundo as autoridades israelenses.

Em retaliação, Israel lançou uma campanha de ataques aéreos e terrestres em Gaza que, segundo o governo do Hamas, no poder no território palestino, deixou até agora mais de 15.000 mortos, igualmente civis em sua maioria.

- Sem atendimento médico –

A libertação dos reféns militares é mais problemática porque seus sequestradores consideram que poderiam ser trocados por muitos mais presos palestinos.

Em 2004, Israel soltou 450 presos em troca da libertação de um empresário israelense e dos corpos de três soldados.

Em em outubro de 2011, o soldado Gilad Shalit, capturado cinco anos antes, foi trocado por 1.027 presos palestinos, entre os quais estava Yahya Sinuar, considerado o principal artífice da operação de 7 de outubro.

Tamar Zohar, avó de um dos soldados sequestrados, Omer Neutra, de 22 anos, se nega a perder a esperança de voltar a "abraçar em breve" seu neto.

"Queremos que no processo de retorno dos reféns, que esperamos que seja retomado rapidamente, sejam incluídos os soldados", afirmou a mulher no comício em Tel Aviv.

Outra fonte de angústia para os familiares é a situação dos reféns feridos, "que sofrem e não têm nenhum atendimento médico", afirmou Eli Shtivi, pai de Idan Shtivi, sequestrado em uma festa rave, na qual 364 pessoas foram assassinadas.

Segundo Eli Shtivi, a Cruz Vermelha "não está fazendo seu trabalho" para resolver estas situações.

V.F.Barreira--PC