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Alemanha mira em China e Rússia em sua nova estratégia de segurança
A Alemanha mira na Rússia como a "maior ameaça para a paz", e vê a China como um "rival sistêmico" em sua Estratégia de Segurança Nacional, um documento inédito divulgado pelo governo nesta quarta-feira (14).
Após meses de discussões e tensões dentro da coalizão, o governo de Olaf Scholz apresentou esse documento de quase 80 páginas que define os problemas de segurança enfrentados pela principal potência econômica da Europa.
"Pela primeira vez na história do nosso país, desenvolvemos uma estratégia de segurança nacional", disse o líder alemão à imprensa, cercado por alguns de seus principais ministros.
Sua publicação coincide com tensões na coalizão de governo entre os Verdes e os liberais em relação ao orçamento e à luta contra o aquecimento global.
O documento dá uma visão geral dos problemas de segurança: das relações com Rússia e China até a cibersegurança, passando por ameaça climática.
"A segurança no século XXI significa obter, de maneira confiável, medicamentos vitais na farmácia. Segurança significa não ser espionado pela China, ao conversar com amigos, ou não ser manipulado por robôs russos, ao navegar nas redes sociais", disse a ministra alemã das Relações Exteriores, Annalena Baerbock (Verdes), durante a apresentação do documento.
De acordo com o texto, a Rússia é a "maior ameaça para a paz e a segurança na região euroatlântica no futuro previsível".
A invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022 marcou uma "mudança de época" para a política externa e de defesa alemã, segundo Scholz, o que obriga rearmar o país.
Já a China aparece na Estratégia de Segurança, ao mesmo tempo, como "parceira, competidora e rival sistêmica".
"A China está tentando, de várias maneiras, remodelar a ordem internacional existente baseada em regras, reivindica cada vez mais a supremacia regional de maneira ofensiva e atua, constantemente, em contradição com nossos interesses e valores", declara o governo alemão.
A Estratégia de Segurança Nacional não convenceu a oposição, em particular o líder do partido conservador CDU, Friedrich Merz, que a qualificou como "vazia em termos de conteúdo, estrategicamente irrelevante e sem consequências em termos de política externa".
A.Aguiar--PC