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UE resiste ao choque energético e melhora as suas projeções de crescimento
A Comissão Europeia aumentou, nesta segunda-feira (15), sua projeção de crescimento econômico para a zona do euro em 2023, devido a um início de ano "melhor que o esperado", em um contexto de desaceleração dos preços da energia e melhoras nas cadeias de abastecimento.
O Executivo europeu também revisou em alta a estimativa de inflação para 2023 na zona do euro para 5,8% (+0,2 pontos) e aposta que ela se manterá em patamar elevado após o pico atingido no ano passado.
A Comissão Europeia prevê agora um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,1% em 2023 (+0,2 ponto percentual face à última estimativa de meados de fevereiro) e de 1,6% em 2024 (+0,1 ponto percentual), nos 20 países que compartilham a moeda única.
A mesma tendência é observada para o conjunto da União Europeia (UE), cujo crescimento seria de 1% (+0,2 ponto) em 2023 e de 1,7% (+0,1 ponto) em 2024.
"A economia europeia continua demonstrando sua resiliência em um contexto global difícil", disse a Comissão em um comunicado.
"Os preços de energia mais moderados, a redução das restrições de oferta", após os bloqueios logísticos herdados da pandemia, assim como um "mercado de trabalho robusto" apoiaram "um crescimento econômico moderado no primeiro trimestre, dissipando os receios de recessão", sublinhou.
O comissário de Economia, Paolo Gentiloni, disse que os europeus podem "se orgulhar da notável resiliência do bloco". "Não é um resultado pequeno, considerando os golpes recebidos", acrescentou.
O PIB da zona do euro aumentou ligeiramente (+0,1%) no primeiro trimestre de 2023 em relação ao trimestre anterior, em que tinha estagnado. Para o conjunto da UE, o crescimento também voltou, com um aumento de 0,3% após uma queda de 0,1% no quarto trimestre de 2022.
- Mercado de trabalho robusto -
Outra boa notícia é que o mercado de trabalho é "o mais sólido há décadas" e deve se manter assim, apesar de um crescimento fraco, disse Gentiloni.
O índice de desemprego da zona do euro alcançou seu mínimo histórico em março, com 6,5% da população ativa.
No entanto, os ventos contrários persistem, entre eles o índice de preços ao consumidor.
A Comissão revisou em alta as suas projeções de inflação na zona do euro para 2023 para 5,8% (+0,2 ponto) e 6,7% na UE (+0,3 ponto).
Excluindo os preços voláteis de energia e alimentos, afetados pela guerra na Ucrânia, a inflação subjacente ainda é preocupante e atinge fortemente o poder de compra das famílias.
Esta situação marca a continuação do aperto da política monetária por parte do Banco Central Europeu (BCE), cuja prioridade é levar a inflação à meta de 2%.
Esta política tem como resultado um aumento do custo do crédito para as famílias e empresas, o que por sua vez freia o consumo e os investimentos.
Os países do sul da UE estão se saindo melhor do que os do norte, já que o setor de serviços sofre menos do que a manufatura.
Portugal e Grécia (2,4%), Espanha (1,9%) e Itália (1,2%) registrariam este ano um crescimento superior à média. A economia alemã, tradicional motor europeu, cresceria apenas 0,2%, enquanto a francesa cresceria 0,7%.
T.Resende--PC