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Julgamento contra parentes e amigos de Pogba por extorsão começa em Paris
Um tribunal de Paris julga, nesta terça-feira (26), seis familiares e amigos do meia Paul Pogba, entre eles seu irmão mais velho, por tentativa de extorsão de 13 milhões de euros (70 milhões de reais em valores da época) em 2022.
Os seis acusados devem comparecer ante a Justiça até 3 de dezembro no chamado "caso Pogba", que também inclui o sequestro do então jogador do Manchester United e, depois, da Juventus de Turim.
O caso estourou no final de agosto de 2022 quando seu irmão, Mathias, divulgou um vídeo nas redes sociais, prometendo revelações "explosivas" sobre Paul, sem dar mais detalhes.
Logo depois, outro vídeo foi divulgado, desta vez com a revelação de que seu irmão mais novo teria contratado um "marabout", uma espécie de bruxo, para enfeitiçar Mbappé, companheiro de seleção francesa de Pogba.
Os advogados do jogador e sua agente, Rafaela Pimenta, indicaram que essas declarações de Mathias se somavam a "ameaças e tentativas de extorsão em quadrilha organizada".
O jogador, que acabava de retornar à 'Juve' naquele momento, denunciou os crimes na Itália em julho de 2022, antes de ser interrogado na França dias depois.
Paul Pogba disse aos investigadores que "alguns amigos de infância armaram para ele" na madrugada de 20 de março de 2022, quando ele ainda jogava no Manchester United.
Ele foi supostamente sequestrado e mantido sob a mira de uma arma por dois homens encapuzados e armados com fuzis, exigindo pagamento por “serviços prestados”.
Eles também o censuraram por não tê-los ajudado financeiramente desde que se tornou um jogador profissional. Pogba alegou que pagou 100.000 euros (541 mil reais em valores da época) dos 13 milhões de euros exigidos.
Para além desse episódio, Paul Pogba também afirmou que sofreu pressão desses amigos no centro de treinamentos dos 'Bleus', em Manchester e na Itália.
O jogador também teve que pagar uma fatura de 57.227 euros (348 mil reais na cotação atual), que eles gastaram na loja da Adidas da Champs Elysées de Paris.
Contactado pela AFP, o advogado do campeão do mundo de 2018, Pierre-Jean Douvier, não quis fazer comentários antes do início do julgamento.
- "Relacionamento entre irmãos".
Essas pessoas negam as acusações. “Era uma relação de amizade (...) e, além disso, Paul Pogba talvez estivesse lhes dando benefícios”, de acordo com Karim Morand-Lahouazi, advogado de um dos cinco amigos.
Todos eles afirmam que também foram vítimas de violência e pressão por parte dos homens encapuzados, que nunca foram identificados.
“Meu cliente acabou no chão, com as mãos na cabeça e uma arma apontada para ele”, acrescenta Morand-Lahouazi.
Durante o julgamento que começa nesta terça-feira, os cinco acusados enfrentarão denúncias de extorsão, sequestro e conspiração.
O sexto réu, Mathias Pogba, que não estava presente naquela noite, é suspeito de “pressionar seu irmão Paul e sua família para garantir o pagamento de 13 milhões de euros” e será acusado de tentativa de extorsão e conspiração.
O relacionamento entre os dois irmãos permeará o julgamento.
Perante o juiz de instrução, Paul Pogba explicou que o dinheiro afastou os dois irmãos, gerando uma dependência econômica de Mathias em relação a ele.
“Eu queria retomar uma relação de irmãos e não uma relação financeira”, disse ele.
Perante o mesmo juiz, Mathias expressou seu desejo de que a “união” com seu irmão “fosse consolidada novamente”.
Os réus podem pegar de 5 a 10 anos de prisão.
F.Ferraz--PC