Portugal Colonial - Constantes falhas de armeira causaram morte no set de 'Rust', diz promotoria

Constantes falhas de armeira causaram morte no set de 'Rust', diz promotoria
Constantes falhas de armeira causaram morte no set de 'Rust', diz promotoria / foto: Eddie MOORE - POOL/AFP

Constantes falhas de armeira causaram morte no set de 'Rust', diz promotoria

O disparo fatal no set do filme “Rust”, produzido e protagonizado por Alec Baldwin, foi resultado das “constantes e intermináveis falhas de segurança” da profissional responsável pelas armas da produção, afirmou a promotoria a um júri do Novo México nesta quarta-feira (6).

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A armeira Hannah Gutierrez-Reed é julgada nos Estados Unidos pela morte da diretora de fotografia Halyna Hutchins em 2021. Ela é acusada de homicídio culposo.

Hutchins foi atingida por um tiro de um revólver Colt. 45 que estava na mão de Baldwin durante um ensaio desse faroeste, em um set de filmagens no Novo México. A arma, diferentemente do esperado, tinha uma bala real. O diretor Joel Souza foi ferido com o mesmo projétil.

O julgamento de duas semanas se centrou em como a bala, uma das várias que os investigadores encontraram, chegou ao set, algo estritamente proibido pelas regras da indústria.

O júri viu imagens das gravações nas quais os atores manipulam armas de forma perigosa, segundo as testemunhas, sem que Gutierrez-Reed interviesse.

“Este não é um caso em que Hannah Gutierrez cometeu um erro e esse erro foi colocar acidentalmente um cartucho carregado nessa arma”, disse a promotora Kari Morrissey aos jurados em seu argumento final na quarta-feira.

“Este caso é sobre falhas de segurança constantes e intermináveis que resultaram na morte de um ser humano e quase mataram outro”, acrescentou.

De acordo com Morrissey, na manhã em que Hutchins foi baleada, a armeira estava como de costume descuidada com seu trabalho de supervisionar as mais de 20 armas utilizadas no filme, e não estava presente quando Baldwin e a equipe se preparavam para uma cena.

Gutierrez-Reed, afirmou a promotora, levou balas reais ao set e não executou medidas básicas de precaução para garantir que a munição que colocava nas armas era falsa, como sacudi-las para ouvir um ruído característico.

- Bode expiatório -

A defesa, conduzida por Jason Bowles, disse que Gutierrez-Reed era um bode expiatório para uma produção que economizou em segurança por motivos financeiros.

Ela não teria como saber que havia projéteis reais no local das filmagens, e foi levada a acreditar que os produtores haviam obtido balas falsas para o filme, afirmou Bowles.

“A responsabilidade recai na produção, como em qualquer organização. Começa de cima”, declarou, acrescentando que, depois da tragédia, os produtores ofereceram a armeira à Justiça.

“Os poderosos querem deixar isso para trás e terminar o filme. Fazer dinheiro”, disse. “Eles têm a pessoa conveniente para cair sentada bem aqui”.

Gutierrez-Reed enfrenta também uma acusação de manipulação de provas por supostamente ter tentado se desfazer de cocaína após o incidente no set. Ela nega todas as acusações.

Baldwin também é acusado de homicídio culposo e irá a julgamento no meio do ano.

J.Pereira--PC