Portugal Colonial - Parentes de vítimas de Fujimori pedem que Corte IDH declare Peru em desacato

Parentes de vítimas de Fujimori pedem que Corte IDH declare Peru em desacato
Parentes de vítimas de Fujimori pedem que Corte IDH declare Peru em desacato / foto: Renato PAJUELO - AFP

Parentes de vítimas de Fujimori pedem que Corte IDH declare Peru em desacato

Parentes de vítimas do governo de Alberto Fujimori pediram, nesta sexta-feira (8), à Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH) que declare o Peru em desacato por ter libertado o ex-presidente, que cumpria pena de 25 anos por crimes contra a humanidade.

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“Pedimos à Corte Interamericana que emita uma resolução que indique de forma clara e contundente que o Estado desacatou uma ordem sua e que, com base nisso, emita um relatório à Assembleia Geral da OEA", disse em entrevista coletiva a advogada Gloria Cano.

A Corte IDH havia pedido nesta semana ao Peru que se abstivesse de libertar Fujimori até que analisasse a legalidade da decisão do Tribunal Constitucional. Fujimori, de 85 anos, portador de doenças crônicas, deixou a prisão na última quarta-feira por ordem desse tribunal, que lhe restituiu um indulto de 2017 “por razões humanitárias”.

Segundo a advogada, o indulto é ilegal e a OEA deve avaliar “o descumprimento peruano” e obrigar o governo a acatar as decisões da corte. Participaram da coletiva parentes de vítimas dos casos La Cantuta, Barrios Altos e Pativilca, onde um esquadrão da morte do Exército executou 31 civis no contexto do combate à guerrilha Sendero Luminoso.

“Nós nos sentimos desprotegidos, não temos um sistema de justiça que garanta os direitos dos familiares, não temos um governo e um Congresso capazes de levantar suas vozes pelas vítimas”, disse Gisela Ortiz, irmã de um dos estudantes assassinados no massacre de La Cantuta, em 1992.

Fujimori ainda tem contas a prestar na Justiça, onde enfrenta um julgamento pela morte de seis civis nas mãos de um esquadrão do Exército em janeiro de 1992, no caso conhecido como Pativilca. O julgamento terá início no próximo dia 18 e a promotoria pediu 25 anos de prisão para o ex-governante.

P.Mira--PC