Portugal Colonial - Combates seguem no sul da Ucrânia, em meio à expectativa de contraofensiva

Combates seguem no sul da Ucrânia, em meio à expectativa de contraofensiva
Combates seguem no sul da Ucrânia, em meio à expectativa de contraofensiva / foto: Anatolii Stepanov - AFP

Combates seguem no sul da Ucrânia, em meio à expectativa de contraofensiva

Os combates continuavam nesta sexta-feira (9), na região de Zaporizhzhia, no sul da Ucrânia, enquanto Moscou relata, por sua vez, ter repelido vários ataques ucranianos, o que observadores dizem que podem ser os primeiros sinais de uma grande contraofensiva de Kiev.

Tamanho do texto:

"Durante as últimas 24 horas, as forças ucranianas continuaram suas tentativas de realizar ofensivas nas regiões de Yukhno-Donetsk e Zaporizhzhia", disse o Ministério da Defesa da Rússia, acrescentando que essas tentativas foram repelidas graças a "ações decisivas (...) das unidades das forças russas".

Pouco antes, Vladimir Rogov, uma autoridade da ocupação russa, havia relatado a retomada dos "combates ativos na região de Orekhovo (o nome russo para Orikhiv) e Tokmak", na região de Zaporizhzhia, na altura da atual linha de frente entre as forças russas e ucranianas.

Rogov não deu mais detalhes, mas, de acordo com Alexander Sladkov, um correspondente da televisão pública russa, as "artilharias" russas e ucranianas estão ativas, e as tropas de Kiev, na ofensiva.

“Estão em curso combates duros e prolongados”, escreveu este jornalista, ao amanhecer, no Telegram, onde tem mais de um milhão de seguidores.

"O inimigo faz esforços incríveis, ataques. Em vão. Os nossos resistem. A linha de frente está preservada", relatou.

Esta informação não pôde ser imediatamente verificada por fontes independentes.

“A contraofensiva ucraniana começou”, estimam vários observadores, entre os quais o Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, na sigla em inglês), que diz não esperar “uma única grande operação”, mas sim uma série de ações coordenadas.

- Ataque com drone -

A vice-ministra da Defesa ucraniana, Ganna Maliar, indicou, por sua vez, que o "epicentro" dos combates continua sendo o leste do país, e comentou, evasivamente, as operações no sul.

"O inimigo realiza ações defensivas no setor de Zaporizhzhia. Continuam os combates de posição", disse ela.

Segundo observadores, o Exército ucraniano busca avançar na região de Zaporizhzhia em direção a Tokmak, 40 quilômetros ao sul de Orikhiv, centro logístico das forças russas e última localidade importante próxima das cidades de Melitopol e de Berdiansk, no Mar Negro.

O Estado-Maior ucraniano mantém um perfil baixo sobre suas reais intenções.

Nas últimas semanas, a Ucrânia pôs à prova as posições russas ao longo da linha de frente, de sul a leste, uma forma, dizem os especialistas, de semear a incerteza antes de realizar um ataque decisivo.

Mais para o interior do território russo, na cidade de Voronezh, a cerca de 200 quilômetros da fronteira com a Ucrânia, três pessoas ficaram feridas nesta sexta-feira quando um drone se chocou com umm edifício residencial, informaram as autoridades locais.

É o primeiro incidente desse tipo em Voronekh, cidade de mais de um milhão de habitantes perto da região de Belgorod, na fronteira com a Ucrânia e alvo de bombardeios há semanas.

- Problemas de acesso à água potável -

Nas regiões meridionais de Kherson e Mykolaiv, as inundações causadas pela destruição da represa de Kakhovka no rio Dnieper na terça-feira deixaram pelo menos 13 mortos: oito, em áreas controladas pela Rússia; e cinco, em áreas ucranianas, onde também há 13 desaparecidos.

"Segundo as previsões, o aumento das águas ainda pode durar dez dias", afirmou Vladimir Saldo, líder da zona ocupada na região.

"A água já entrou nas casas e nas ruas. A cada duas horas saio para ver se a água ainda está subindo", disse Tatiana Yoenko, de 45 anos, moradora de Chornobaivka.

Na cidade de Kherson, o nível da água estava começando a baixar "pela primeira vez", segundo Laura Musiyan, do centro meteorológico local.

"Para centenas de milhares de pessoas em muitas cidades e vilas, o acesso à água potável está seriamente comprometido", lamentou o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, um dia após uma visita à área.

O nível da água na barragem "desceu 4,7 metros" desde terça-feira, alertou o operador ucraniano da instalação, Ukrhydroenergo.

Ontem, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informou que central nuclear de Zaporizhzhia, localizada a cerca de 150 km rio acima, continua a bombear água de resfriamento do reservatório.

Kiev e Moscou trocam acusações pela destruição da barragem e pelos bombardeios que se seguiram durante as operações de evacuação em Kherson.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, estimou, nesta sexta, que "tudo parece indicar" que os russos destruíram a instalação.

B.Godinho--PC