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Lula defende exploração de petróleo perto da foz do rio Amazonas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quarta-feira (12), que o Brasil deve aproveitar a "oportunidade" de explorar petróleo em águas próximas à foz do rio Amazonas, apesar das críticas dos ambientalistas.
"Queremos fazer tudo legal, respeitando o meio ambiente, respeitando tudo. Mas nós não vamos jogar fora nenhuma oportunidade de fazer este país crescer", afirmou Lula no Rio de Janeiro, em um evento com a presença de investidores da Arábia Saudita, um dos principais produtores mundiais de hidrocarbonetos.
O projeto petrolífero offshore em uma área conhecida como "margem equatorial" (nordeste), que abriga a foz do Amazonas, é altamente controverso e gera tensões até mesmo dentro do governo Lula.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, se opõe abertamente, enquanto o Ibama negou no ano passado a concessão de uma licença à Petrobras para realizar perfurações exploratórias de petróleo na área, alegando que os estudos necessários não haviam sido apresentados.
Apesar da negativa, a nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard, que assumiu o cargo no mês passado, indicou em sua primeira coletiva de imprensa que desejava "acelerar" a exploração de novas reservas, incluindo a região próxima à foz do rio Amazonas.
Ambientalistas apontam uma contradição em Lula continuar defendendo a exploração de combustíveis fósseis enquanto busca se destacar como uma figura proeminente na luta contra as mudanças climáticas, tendo conseguido reduzir pela metade o desmatamento na Amazônia no ano passado.
O Brasil sediará no próximo ano a Conferência da ONU sobre o clima, a COP30, em Belém, cidade da Amazônia brasileira.
"A COP30 será um evento determinante para o planeta. Sem o esforço de todos, conforme suas responsabilidades e capacidades, o aquecimento global poderá atingir níveis catastróficos ", observou Lula nesta quarta-feira, lembrando as enchentes históricas que devastaram o Rio Grande do Sul no mês passado.
"Não há negacionismo capaz de refutar a tragédia que se abateu sobre nossos irmãos gaúchos", afirmou.
A.Seabra--PC