Portugal Colonial - Bolivianos se reúnem em massa para mascar folha de coca contra estigma

Bolivianos se reúnem em massa para mascar folha de coca contra estigma
Bolivianos se reúnem em massa para mascar folha de coca contra estigma / foto: JORGE BERNAL - AFP

Bolivianos se reúnem em massa para mascar folha de coca contra estigma

Milhares de pessoas se reuniram nesta quinta-feira (11) em praças da Bolívia para mascar folha de coca, uma planta sagrada para os indígenas, que se tornou matéria-prima da cocaína e que o governo tenta libertar desse estigma perante o mundo.

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O ato principal ocorreu em La Paz, com a participação do presidente, Luis Arce. Cercado de plantadores de coca ("cocaleros"), ele colocou algumas folhas na boca e relançou a campanha internacional para que a planta não seja vista apenas como uma substância ilegal: "É uma prioridade nacional. Iniciamos uma campanha para desclassificar a folha de coca como narcótico."

No Dia do "Acullico" (ato de mascar a coca, em quéchua), Arce prometeu intensificar o uso da planta na medicina e na produção de bebidas, gomas de mascar, sabões, alfajores e outros produtos.

Acredita-se que os sucos da folha atenuam a fome e eliminam o cansaço. "Em todos os cantos da Bolívia, até mesmo as pessoas de classe média consomem diariamente", disse à AFP Mery Villalba, uma das líderes dos cocaleros.

Desde 1961, a folha de coca, por ser matéria-prima para a produção de cocaína, é catalogada como substância controlada. Em 2013, a Bolívia, de maioria indígena, aderiu às convenções internacionais contra as drogas com a condição de permitir o ato de mascar coca com fins ancestrais e medicinais em seu território.

A Lei da Coca permite o cultivo de 20 mil hectares para consumo interno com fins legais. No entanto, em seu relatório mais recente, o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) estimou a área cultivada em quase 30 mil hectares, o que significa que parte da produção acaba alimentando o narcotráfico.

O líder indígena e ex-presidente Evo Morales lembrou a data com suas bases, no Trópico de Cochabamba. Distanciado de Arce, Morales afirma que o governo protege o narcotráfico.

E.Paulino--PC