Portugal Colonial - COP28 entra em 2ª noite de negociações de acordo sobre energias fósseis

COP28 entra em 2ª noite de negociações de acordo sobre energias fósseis

COP28 entra em 2ª noite de negociações de acordo sobre energias fósseis

A conferência da ONU sobre o clima (COP28) entrou, nesta terça-feira (12), na segunda noite consecutiva de negociações em busca de um acordo sobre o futuro das energias fósseis, o grande obstáculo que impedia quase 200 países de fecharem uma declaração final.

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O presidente da conferência, Sultan Al Jaber, "realizou extensas consultas com uma ampla representação de grupos. Está determinado a apresentar uma versão do texto que conte com o apoio de todas as partes. As consultas continuarão até as 3h locais” (21h de Brasília), indicou um comunicado oficial.

Uma fonte próxima à presidência explicou que o "acordo estava próximo".

O rascunho proposto por Jaber no dia anterior havia causado indignação na maioria dos países porque continha o trecho "reduzir o consumo e produção de combustíveis fósseis" até 2050, em vez de "eliminar".

Um pequeno bloco de nações, liderado pela Arábia Saudita, o maior exportador de petróleo do mundo, é contrário a esse verbo.

O texto também propunha outras medidas, como triplicar a instalação de energias renováveis e eliminar os subsídios a esses combustíveis fósseis, mas como uma gama de opções que os países poderiam escolher, a seu critério.

"Isto não é o cardápio de um restaurante. Precisamos fazer todas essas coisas", declarou à AFP o ministro canadense do Meio Ambiente, Steven Guilbeault.

A solução deveria passar por uma linguagem mais taxativa, segundo as fontes consultadas.

Se o novo rascunho for aceito, uma sessão plenária poderia ser convocada para quarta-feira, 24 horas após o encerramento oficial da COP28, algo comum nas conferências do clima.

"Estamos progredindo", disse o enviado especial para o clima dos Estados Unidos, John Kerry.

As conferências do clima adotam suas decisões por consenso.

- O grande passo -

O planeta viveu seu ano mais quente já registrado, garantem os climatologistas.

A COP28 de Dubai deveria ser o grande passo à frente, após o balanço do Acordo de Paris de combate às mudanças climáticas em 2015, realizado em setembro.

O principal objetivo do Acordo de Paris é manter o aumento da temperatura global em um máximo de +1,5 ºC, idealmente até 2050.

A COP28 começou com boas perspectivas, com a adoção de um fundo de danos e perdas para os países mais afetados pelas mudanças climáticas, em 30 de novembro.

"Começamos com uma notícia muito boa e queremos terminar esta COP dando ao mundo o que ele precisa", afirmou nesta terça-feira a ministra espanhola da Transição Ecológica, Teresa Ribera, que preside o bloco europeu.

"Pessoalmente não estou comprometido com uma única palavra, mas sou muito severo e insisto que a fórmula final, seja ela qual for, tem que ser extremamente ambiciosa", disse à AFP o ministro dinamarquês, Dan Jorgensen, que participou na linha de frente das negociações.

Em jogo está a saúde do planeta, mas também as questões de toda uma transição energética que assusta os países menos desenvolvidos.

"São os países do Norte que exploram o petróleo em meu país. E o que eles nos dão para abandonarmos [essas fontes de energia]?", questionou a ministra do Meio Ambiente do Congo, Arlette Soudan-Nonault.

Vanessa Nakate, uma ativista de Uganda de 27 anos, declarou: "Se os líderes falharem em abordar as causas da crise climática após 28 anos de conferências, não apenas estão fracassando com todos, mas também minam nossa confiança em todo o processo das COP."

G.Teles--PC